Recuperados seis dos oito corpos das vítimas de erupção de vulcão na Nova Zelândia

Michael Schade / Twitter

Erupção do vulcão Whakaari, na Nova Zelândia, filmada por turistas

Uma equipa militar neozelandesa recuperou esta sexta-feira seis dos oito corpos dos turistas que permaneciam desaparecidos após a erupção, na segunda-feira, do vulcão Whakaari, numa ilha desabitada da Nova Zelândia.

A operação, que envolveu oito membros das forças especiais do país, foi levada a cabo como planeado, “mas ainda não terminou”, sublinhou o comissário da polícia da Nova Zelândia, Mike Bush, referindo-se às duas pessoas que ainda não foram localizadas.

“Acreditamos que pelo menos uma delas está na água e a outra talvez na ilha ou também na água”, disse o chefe da polícia, frisando as condições adversas, face à possibilidade de uma nova erupção.

Bush também esclareceu que os seis corpos recuperados, que se acredita serem todos australianos, serão transferidos para a cidade de Auckland para serem identificados formalmente, após uma cerimónia simbólica com as famílias que se reuniram em Whakatane. A erupção do vulcão saldou-se em pelo menos 16 mortos.

Um total de 17 feridos estão internados nas unidades de queimados de hospitais neozelandeses, 13 em estado crítico, depois das autoridades australianas terem repatriado 11 dos seus cidadãos feridos. Muitas destas pessoas têm queimaduras em mais de 80% do corpo e lesões internas devido à inalação de gases. Os cirurgiões estimam que, nos próximos dias, terão de fazer cerca de 500 horas de cirurgias.

Do número total de 30 feridos – onde se inserem 29 com queimaduras graves -, 22 ainda estão ligados a sistemas de ventilação artificial dada a forma agressiva como as queimaduras lhes afetaram os pulmões. Os médicos não descartam que haja feridos que possam morrer na sequência das queimaduras.

A Nova Zelândia encomendou 120 metros quadrados de pele humana aos Estados Unidos para tratar os 30 feridos.

O Whakaari entrou em erupção na segunda-feira à tarde quando 47 pessoas – entre eles australianos, britânicos, neozelandeses, norte-americanos, malaios e chineses – visitavam a ilha privada.

A Ilha Branca é localizada a cerca de 48 quilómetros da Ilha do Norte, na baía neozelandesa de Plenty. Não é habitada, mas é frequentemente visitada por turistas – mais de 10 mil por ano. O governo tinha instalado, em 2016, um abrigo na ilha vulcânica para o caso de haver uma erupção inesperada como a desta segunda-feira, mas não se sabe ainda se foi utilizada.

A última erupção mortal deste vulcão aconteceu em 1914, quando morreram 12 mineiros. Houve outra erupção de curta duração em abril de 2016, sem vítimas a registar. Segundo o instituto neozelandês de geociência GNS Science, não se prevê que haja agora um agravamento do estado do vulcão.

ZAP // Lusa

 

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