Reclusos norte-coreanos comem baratas e ratos para sobreviver

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Os reclusos norte-coreanos sofrem abusos e maus-tratos durante o tempo que passam nas prisões, revelou um novo relatório da ONG Korea Future.

De acordo com o Insider, um dos prisioneiros foi mesmo forçado a comer insetos porque a pouca comida que lhe era fornecida não lhe chegava para sobreviver. O relatório oferece uma visão do extenso sistema penal de Pyongyang, relatando que os detidos sofrem sistematicamente “tortura e maus-tratos”.

O sistema prisional norte-coreano conta com 200 instalações. Os prisioneiros são “reeducados através de trabalhos forçados, instrução ideológica e brutalidade punitiva com o objetivo de impor obediência e lealdade inquestionáveis” ao líder do país, Kim Jong Un, durante e após a detenção, apontou o relatório.

As violações do direito internacional dentro do sistema penal citadas no relatório incluem violação e violência sexual, trabalho forçado, tortura e negação de saúde. A Korea Future referiu que a informação foi compilada através de entrevistas com vítimas, perpetradores e testemunhas, e através da revisão de documentos internos.

O relatório concentra-se nos casos específicos de três vítimas que foram presas por tentarem sair da Coreia do Norte ou por ajudarem outras pessoas a sair do país. A Korea Future escreveu que os incidentes detalhados no relatório são claras violações do direito internacional e devem ser investigados.

Uma mulher grávida na casa dos 30 anos, presa na China e levada para a Coreia do Norte, passou por três instalações. Aos sete de gravidez, durante a sua prisão preventiva, foi forçada a abortar. Segundo a ONG, esta é uma das 56 formas de tortura dentro do sistema penal norte-coreano.

A outros prisioneiros foi negado o “direito à alimentação”, que é quando o acesso à “alimentação quantitativa e qualitativamente adequada” é cortado.

Um homem de cerca de 40 anos, que ajudou cidadãos norte-coreanos a deixar o país, foi detido e levado para um campo de reeducação, onde foi torturado através da “negação sistemática de alimentos”. O relatório acrescenta que este foi um dos 987 incidentes deste tipo documentados nas cadeias.

O homem em causa foi sujeito a trabalhos forçados e a quantidade de comida que recebeu dependia da quantidade de trabalho que fazia todos os dias. O documento refere que apanhava regularmente baratas e ratos para complementar a pequena quantidade de comida que recebia, tendo sofrido uma “perda de peso extrema”.

Os prisioneiros foram também forçados a permanecer em posições fixas durante longos períodos de tempo. Essas posições “podem incluir ficar de pé ou agachados, suspensão do corpo por uma corrente, ficar em posições de stress, ou sentar-se em posições deliberadamente desconfortáveis durante várias horas ou dias”.

Uma mulher de 50 anos foi forçada a esse tipo de tortura num centro de detenção, sendo um dos 570 casos registados. A reclusa passou 30 dias seguidos em posições de stress, sendo forçada a “sentar-se de pernas cruzadas no chão, com as mãos no colo e a cabeça levantada” durante 17 horas por dia.

De acordo com o relatório, só se podia mexer quando comia. Outros detidos eram espancados caso se mexesse.

As descobertas da Korea Future estão em consonância com os abuso relatados num recente relatório da ONU, que detalha a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte. Em particular, este relatório refere que as mulheres nas instalações de detenção fazem trabalhos forçados e têm duras condições de vida e falta de higiene.

“As mulheres são detidas em condições desumanas e privadas de alimentos. São sujeitas a tortura e maus-tratos, trabalhos forçados e violência baseada no género, incluindo violência sexual por parte de funcionários estatais”, indica o relatório.

ZAP //

3 Comments

  1. E por aqui ainda há palhaços que defendem estes belos regimes, como o da Coreia do Norte, da Venezuela, da China e da Rússia…onde todos são livres de ter opinião desde que seja a opinião de quem manda…que é também quem explora todo um povo em proveito próprio.

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