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Reclusos estão a usar máscara nas prisões. Espera-se por parecer da DGS há 3 meses

A aguardar um parecer da Direção-Geral da Saúde há quase três meses, os serviços prisionais decidiram antecipar-se e impor o uso obrigatório de máscara em todos os espaços comuns das prisões.

Os reclusos estão obrigados a usar máscara em todos os espaços comuns da prisão desde dia 27 de janeiro. Já lá vão quase três meses desde que a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) pediu à Direção-Geral da Saúde (DGS) um parecer sobre o uso de máscaras nas prisões portuguesas.

Mesmo sem resposta da DGS, os serviços prisionais decidiram agir preventivamente e impuseram o uso de máscara nos espaços comuns face ao “agravar de virulência da doença”.

O Expresso esclarece que, até ao final de janeiro, os reclusos só eram obrigados a usar máscara dentro do estabelecimento prisional se se deslocassem aos serviços administrativos, aos serviços clínicos ou se tivessem a visita de um advogado.

Em entrevista ao semanário, em novembro do ano passado, Rómulo Mateus, diretor dos serviços prisionais, assumiu ter “muitas dúvidas sobre a bondade e a necessidade do uso de máscara dentro da zona prisional”. No entanto, em reação, Graça Freitas e António Lacerda Sales mostraram ter uma opinião diferente e defenderam que o uso de máscara em meio prisional deveria ser obrigatório.

Esta quinta-feira, os serviços prisionais anunciaram a existência de um surto no Estabelecimento Prisional de Lisboa, com 72 reclusos a acusarem positivo à covid-19 só na Ala E.

“Na Ala E do Estabelecimento Prisional de Lisboa, conforme o previsto no plano de contingência, foram reforçados os procedimentos sanitários e de segurança que implicam o fim das atividades comuns, incluindo visitas, o incremento da monitorização da saúde dos reclusos e a imposição de máscara cirúrgica aos reclusos em todos os momentos e espaços. Repetir-se-á, nos tempos definidos pelas normas da DGS, nova testagem aos reclusos cujos resultados foram agora negativos”, lê-se numa nota dos serviços prisionais.

Até ao momento contam-se 252 casos positivos de covid-19 entre reclusos e outros 82 casos entre trabalhadores.

ZAP //

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