Rebeldes derrubam regime sírio. Avião do “tirano” Bashar al-Assad desapareceu do radar

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Hasan Belal / EPA

Populares comemoram em Damasco após o anúncio da queda do regime sírio e fuga do presidente Bashar al-Assad

Grupos rebeldes anunciaram este domingo, num discurso na televisão pública síria, a queda do ‘tirano’ Bashar al-Assad, garantindo que libertaram todos os prisioneiros detidos ‘injustamente’. Ninguém sabe onde está o presidente sírio. Nas ruas, a população celebra a “libertação do país”.

A queda do regime de Bashar al-Assad e a fuga do presidente sírio foram hoje anunciadas na televisão pública síria por um grupo de nove pessoas da auto-intitulada “célula de operações para a libertação de Damasco”.

O grupo leu um comunicado de imprensa, no qual anunciava “a libertação da cidade de Damasco, a queda do tirano Bashar al-Assad, e a libertação de todos os prisioneiros injustamente detidos nas prisões do regime”.

O grupo fundamentalista islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lidera uma coligação rebelde na Síria, tinha anunciado ter começado a entrar em Damasco. “As nossas forças começaram a entrar em Damasco“, declarou o HTS numa mensagem na plataforma Telegram, após ter conquistado outras cidades no país.

“O tirano Bashar al-Assad fugiu, proclamamos a cidade de Damasco livre“, anunciaram os rebeldes sírios.

“Depois de 50 anos de opressão sob o poder do partido Baas, e 13 anos de crimes, de tirania e de deslocações forçadas, anunciamos hoje o fim deste período negro e o início de uma nova era para a Síria“, acrescentou a coligação, que pede aos sírios deslocados no estrangeiro que “regressem à Síria livre“.

Nas ruas de Damasco e de outras cidades sírias, a população saiu à rua para celebrar a queda do regime “tirano” de Bashar al-Assad.

O comandante do HTS, Abu Mohammad al-Jolani, que dirige a ofensiva dos rebeldes na conquista da capital síria, pediu entretanto às forças combatentes para não se aproximarem das instituições públicas em Damasco, que continuam sob controlo do ex-primeiro-ministro sírio até a uma “passagem oficial” do poder.

“A todas as forças militares na cidade de Damasco, é totalmente proibido aproximarem-se das instituições públicas, que vão ficar sob o controlo do antigo primeiro-ministro até à passagem oficial”, indicou em comunicado al-Jolani, que começou a usar o nome verdadeiro Ahmed al-Chareh.

Por seu lado, o primeiro-ministro sírio disse estar “pronto para cooperar com a nova liderança” escolhida pelo povo, precisando que iria estar esta manhã na sede do governo para “qualquer procedimento de passagem do poder“.

“Este país pode ser um país normal, pode construir boas relações com os vizinhos e o mundo, mas esta questão caberá à liderança que o povo sírio escolher. Estamos prontos a cooperar” de todas as formas, indicou Mohamed al-Jalali num vídeo publicado na rede social Facebook.

Onde está Bashar al-Assad?

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou também hoje que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou o país, perante a ofensiva rebelde.

Assad deixou a Síria e saiu pelo aeroporto de Damasco, antes da retirada dos membros das forças armadas e de segurança” do local, disse à agência de notícias AFP o diretor da organização não-governamental, Rami Abdel Rahmane, referindo-se ao Presidente da Síria, que dirige o país há 24 anos.

A organização indicou ainda que, face ao avanço das forças rebeldes, uma ordem de retirada para abandonar o aeroporto da capital síria foi dada ao exército e às forças de segurança.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, admitiu hoje que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, está provavelmente fora do país, depois de os rebeldes islâmicos terem anunciado a sua fuga.

Assad “está provavelmente fora da Síria”, indicou Fidan no Fórum de Doha, uma conferência internacional a decorrer no Qatar, respondendo a uma questão sobre o paradeiro do líder sírio e se a sua vida estaria em perigo. “Não tenho a certeza. Não posso comentar sobre isso. Penso que ele está fora da Síria”, respondeu Fidan.

Correm entretanto rumores nas redes socias de que o avião de Bashar al-Assad poderá ter-se despenhado. Num post no X/Twitter, o perfil Tendar diz que “uma aeronave IL-76T síria proveniente de Damasco perdeu altitude rapidamente perto de Homs e possivelmente despenhou-se a oeste desta cidade”.

Trump e Biden acompanham situação

Segundo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente sírio, Bashar al-Assad, “fugiu” da Síria depois de perder o apoio da Rússia, seu protetor.

Al-Assad foi-se embora. Ele fugiu do seu país. O seu protetor, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, já não o queria proteger”, escreveu Donald Trump na plataforma social Truth.

Segundo Trump, a Rússia “perdeu todo o interesse na Síria por causa da Ucrânia, onde cerca de 600.000 soldados russos estão feridos ou mortos, numa guerra que nunca deveria ter começado e que pode durar para sempre”.

A Rússia e o Irão estão atualmente enfraquecidos, um por causa da Ucrânia e de uma má economia, o outro por causa de Israel e dos seus sucessos em combate”, acrescentou Trump.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, e a sua equipa “seguem atentamente os acontecimentos na Síria e estão em contacto permanente” com entidades regionais dos Estados Unidos, indicou o porta-voz do Conselho de Segurança, Sean Savett, nas redes sociais.

ZAP //

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5 Comments

  1. Os EUA estão cantando vitória mais o mundo inteiro mas depressa se vão arrepender pois estes rebeldes não são mais do que um grupo islâmico fundamentalista ligado ao ÍSIS e que depressa irão tornar a síria num novo Afeganistão ou outro irão. Vão ver

    • Eles sabem, foram eles que os armaram e financiaram. Para não variar.

      Venha daí a próxima vaga de imigrantes do Médio Oriente. Ainda temos espaço para mais uns milhões na Europa. Certo, amiguinhos de israel?

  2. Pior do que era não pode ficar!
    Claro que o avião “caiu”. O Anão Putin não aceita derrotas e isto representa uma vergonha para a Rússia.

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    • Espera para ver. Disseram o mesmo no Afeganistão, Iraque e Líbano.

      A Al-Qaeda e o Estado Islâmico no poder não vai ser em nada melhor do que o que estava, vai ser pior e muito.

      O que vale é que a Europa é amiguinha e vamos acolher os milhões de refugiados Sírios que virão nos próximos anos.

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