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Reactor nuclear às portas de Lisboa não tem plano de segurança

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Instituto Superior Técnico de Lisboa

Edifício no Campus Tecnológico e Nuclear do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

Edifício no Campus Tecnológico e Nuclear do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

O Reactor Nuclear Português, situado às portas de Lisboa, não tem um Plano de Emergência. O alerta foi dado há três anos pela entidade reguladora do sector, mas nada foi feito para elaborar esse plano de segurança.

Localizado no pólo do Instituto Superior Técnico (IST) na Bobadela, em Loures, distrito de Lisboa, o chamado Reactor Português de Investigação (RPI) existe com fins de investigação académica e de ensino, sendo o único do género em toda a Península Ibérica.

Mas em 2014, a Comissão Reguladora para a Segurança das Instalações Nucleares (COMRSIN) detectou uma falha de segurança no RPI, por não estar definido um Plano de Emergência, conforme reporta o jornal Correio da Manhã.

Apesar do alerta enviado para o IST, nada foi feito para avançar com as medidas de segurança exigidas, segundo avança o diário.

“O reactor está a funcionar desde 1961 e nunca teve um plano de emergência para a população saber o que fazer em caso de acidente”, aponta o presidente da COMRSIN, António Fonseca, em declarações ao CM.

O reactor está situado junto à estrada EN10 e nas suas proximidades existe uma vasta área de habitação e de comércio.

“A COMRSIN foi criada em 2012, e como órgão regulador certificámos o RPI em 2014. Notificámos o Técnico para trabalhar com a Protecção Civil, para criarem o plano”, acrescenta ainda António Fonseca.

Todavia, o IST não avançou com a definição das medidas de segurança necessárias e que devem abranger toda a área em torno do RPI, num raio máximo de 300 metros, conforme salienta o CM.

Fugas de água radioactiva entre as falhas detectadas

O Reactor está parado há quase 10 meses, após uma avaliação feita por peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em Fevereiro de 2016, a pedido da COMRSIN, que detectou várias falhas, apontando a necessidade de melhorar a segurança e de proceder a reparações, conforme se pode ler no relatório divulgado no site da entidade reguladora.

No relatório foram sinalizados aspectos relacionados com “a gestão dos resíduos, a detecção de fugas de água radioactiva e a detecção sísmica, até à protecção radiológica, e aos procedimentos de emergência”, conforme adianta a SIC Notícias.

Os peritos ainda sublinharam que o RPI precisa de “mais recursos humanos qualificados para garantir a segurança da operação” e que urge “reparar a fuga de água radioactiva existente na piscina do reactor que deve ser estanque”, de acordo com a estação de Carnaxide.

A AIEA entende também que Portugal deve estudar a importância e a necessidade do Reactor, que já tem mais de 50 anos, para tomar uma decisão quanto ao seu futuro, sendo certo que os peritos da entidade internacional defendem que se inicie já a preparação de um Plano de Desmantelamento da unidade, segundo refere a SIC Notícias.

ZAP //

1 Comment

  1. Imagens fantásticas, dignas de um museu só para este brilhante esforço de investigação nacional.

    Pena que o edifício não possa ser usado, seria merecedor e obviamente o melhor candidato para o efeito.

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