Rãs podem ajudar astronautas a chegar mais longe

Karen Young / University of Queensland

Uma rã (Cyclorana alboguttata) a sair do estado de hibernação.

Uma rã (Cyclorana alboguttata) a sair do estado de hibernação

Uma pequena rã pode ajudar o Homem a conquistar, por exemplo, Marte, revela um estudo realizado na Universidade de Queensland, na Austrália. De acordo com os resultados da investigação, o anfíbio pode também ajudar a prevenir a deterioração muscular de pacientes acamados.

Com capacidade de hibernar durante meses sem sofrer quaisquer danos musculares, a Cyclorana alboguttata está a ser estudada como modelo para um dos maiores desafios dos astronautas: preservar os músculos, mesmo em gravidade zero.

Segundo a NASA, os astronautas podem perder até 20% de massa muscular em voos espaciais que durem entre 5 a 11 dias. Para atenuar os danos, é necessária a prática intensa de exercício, para além de uma dieta adequada.

Na Terra, a maior parte dos mamíferos – incluindo os humanos – perde massa muscular quando fica inactivo por um longo período. Porém, alguns animais conseguem hibernar durante meses e quase não sofrer danos. Um exemplo disso é, precisamente, a rã Cyclorana, que consegue permanecer “adormecida” durante nove meses.

“Se conseguirmos compreender as vias de sinalização celular que conferem resistência à perda muscular, podem ser úteis para estudar a atrofia muscular em mamíferos”, afirma Beau Reilly, biólogo e autor do estudo realizado na Universidade de Queensland, na Austrália.

Os resultados desta investigação podem “ajudar a desenvolver terapias para tratar pacientes acamados, ou até mesmo os astronautas, que perdem, frequentemente, o tónus muscular quando expostos a condições de gravidade reduzida”, explica Reilly.

Mas nem só as rãs possuem esta capacidade. Resultados semelhantes foram encontrados noutros mamíferos que hibernam, como é o caso dos esquilos.

CG, ZAP

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