Uma equipa de cientistas norte-americanos conseguiu captar nas águas profundas das Bahamas imagens únicas do tubarão-albafar (Hexanchus griseus), conseguindo pela primeira vez rastrear esta espécie no seu habitat natural.
De acordo com a missão científica da OceanX, responsável pelas imagens, esta espécie não sofreu quase nenhumas alterações evolutivas durante 200 milhões de anos, ou seja, permanece quase intacta no campo da evolução desde o Jurássico.
A expedição, que comunicou a descoberta através da sua página oficial de Facebook, observou ainda que o estilo de vida esta espécie continua a ser um mistério.
Investigações anteriores rastrearam esta espécie depois de trazer os animais até à superfície. Contudo, este método pode desorientar e desintegrar os animais das suas populações, uma vez que estes preferem estar em águas escuras até 2.500 metros de profundidade. Por esse mesmo motivo, explicaram os cientistas da nova expedição, os dados recolhidos anteriormente não podem ser tomados como uma representação real dos seus movimentos habituais.
Para os biólogos marinhos, esta espécie é uma verdadeira maravilha, tal como descreve o Live Science. Ao contrário dos seus parentes mais evoluídos, que têm cinco brânquias, o tubarão-albafar tem seis, permanecendo quase intacto desde a era jurássica.
O Hexanchus griseus é um grande tubarão, podendo atingir os oito metros de comprimento. Com um corpo largo e olhos verdes luminosos, estes espécies sobrevivem ao caçar presas vivas, bem como a alimentar-se de corpos caídos no fundo do mar.
Feito “histórico”
A expedição, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, fez, em junho passado, uma viagem às Bahamas a bordo do navio de investigação científica OceanX Alucia.
O objetivo dos especialistas era claro e não tinha ainda sido alcançado por nenhuma outra investigação: rastrear um tubarão-albafar no seu habitat natural.
Depois de submergir centenas de metros da costa de Cape Eleuthera, a equipa de biólogos marinhos atraiu vários espécimes com iscas. Na primeira noite da missão que durou uma semana, os especialistas captaram imagens de uma fêmea claramente visível com as luzes do submersível. Já na quarta noite, conseguiram finalmente marcar um grande macho depois de terem disparado um dispositivo especial integrado com um GPS.
“É histórico por várias razões. Agora que provamos que este método pode funcionar para o tubarão-albafar, podemos desbloquear o mundo dos habitantes das águas profundas e obter informações importantes sobre os seus movimentos e comportamentos”, pode ler-se no relatório publicado pela equipa.
Ual, antes dos dinos… incrível !!!