Trás-os-montes e Lourinhã abrigam quatro espécies raríssimas que agora vêm a público.
Paleontólogos identificaram na Lourinhã uma nova espécie de dinossauro, que percorria o local há 150 milhões de anos, era herbívoro, bípede e relativamente pequeno, anunciou na segunda-feira em comunicado o Museu da Lourinhã, que colaborou nas investigações.
A nova espécie, designada Hesperonyx martinhotomasorum, foi identificada a partir de vestígios de uma pata quase completa e semi-articulada descobertos durante escavações feitas em 2021 na formação geológica da Lourinhã, no afloramento rochoso da praia de Porto Dinheiro.
A nova espécie tem na sua designação os nomes martinho e tomas, em homenagem a Micael Martinho e Carla Tomás, os preparadores de fósseis do Museu da Lourinhã, onde os restos da pata do Hesperonyx martinhotomasorum estão expostos ao público.
Segundo os investigadores, o novo dinossauro, pelas suas características, era bastante raro no período geológico do Jurássico na Europa.
O resultado do trabalho, feito por paleontólogos das universidades Nova de Lisboa, de Saragoça (Espanha) e Bona (Alemanha), em colaboração com o Museu da Lourinhã e a Sociedade de História Natural de Torres Vedras, é divulgado na edição digital da publicação da especialidade Journal of Vertebrate Paleontology.
Trio transmontano raríssimo
Mais acima, no extremo norte de Trás-os-Montes, chega um alerta da importância de proteger ecossistemas raros e vulneráveis.
A descoberta — partilhada na revista Acta Botanica Malacitana — de três novas espécies de plantas no coração transmontano, famoso pela sua beleza natural e diversidade ecológica, beneficia da proximidade geográfica que permite uma observação conjunta da nova flora, apesar das grandes diferenças familiares botânicas entre si.
Um malmequer
A Achillea pyrenaica, um tipo de malmequer, distingue-se pelas suas flores pequenas amareladas, folhas e pela área “pequeníssima” que ocupam.
“Sem uma boa dose de sorte – e na época do ano certa –, não se encontra o local”, diz ao Público o botânico Miguel Porto.
A planta é mais comum na região dos Pirenéus e em áreas montanhosas adjacentes na Europa e é conhecida pela sua capacidade de adaptar-se a condições ambientais extremas, encontrando-se frequentemente em altitudes elevadas onde o clima pode ser rigoroso, com temperaturas baixas e variações climáticas acentuadas.
Um parasita
Por outro lado, a Cuscuta europaea, uma planta parasita sem clorofila, depende de urtigas para sobreviver: suga-lhes a seiva através de estruturas especializadas.
É conhecida pela sua capacidade de infestar uma vasta gama de plantas, incluindo várias culturas agrícolas, o que pode resultar em prejuízos significativos para a agricultura.
Uma erva dos bosques sombrios
A Epilobium montanum, ou erva-de-são-roberto, é encontrada em ambientes sombrios e densos. Requer atenção detalhada para a sua identificação devido às suas folhas largas, um traço que a distingue dentro do seu género.
Este herbáceo perene encontra-se frequentemente em regiões da Europa, Ásia e América do Norte. Adapta-se a uma grande variedade de habitats, desde florestas a áreas mais perturbadas, como margens de estradas e campos.
Caracteriza-se por ter caules eretos, que podem alcançar até 80 centímetros de altura, e folhas lanceoladas com margens serrilhadas. Durante o verão, exibe pequenas flores rosadas com quatro pétalas, que atraem diversos polinizadores, contribuindo para a sua disseminação.
A Epilobium montanum também é usada em diversas práticas tradicionais de medicina graças às suas propriedades terapêuticas. Acredita-se que possua qualidades anti-inflamatórias, adstringentes e diuréticas,benéficas para o tratamento de problemas digestivos, doenças da pele e como um auxílio na recuperação de feridas.
ZAP // Lusa