A rede de radares de controlo de velocidade de Lisboa, que apresentava avarias no ano passado, “está em funcionamento”, segundo a Câmara, mas a lista atual de equipamentos não inclui algumas vias contempladas aquando da instalação, em 2007.
Numa informação escrita enviada à agência Lusa, a autarquia indicou que a rede de radares na cidade, que impõem limites de 50 ou 80 quilómetros/hora, “compreende agora” as avenidas da Índia, Brasília, Infante D. Henrique, Marechal António Spínola (denominação atribuída em 2010 ao prolongamento da Avenida Estados Unidos da América até Chelas), da República (Entrecampos) e das Descobertas, a Radial de Benfica, o Campo Grande, a Segunda Circular e os túneis do Marquês de Pombal e João XXI e referiu que cada eixo tem “um ou mais radares instalados”.
O município não especificou o número total de radares ativos, que inicialmente ascendia a 21. Na altura, foram também instalados equipamentos nas avenidas Cidade do Porto, de Ceuta, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Almirante Gago Coutinho.
Em outubro, o presidente da Câmara, António Costa, informou que os radares estavam a ser alvo de uma reparação que ficaria concluída em janeiro, mês em que seria, assim, “reposto o seu funcionamento”.
“A rede de radares está em funcionamento”, tendo sido alvo, “em primeiro lugar, de uma avaliação da sua estrutura e objetivos”, informou agora a Câmara, sem apontar a data de conclusão desta intervenção.
De acordo com o município, foram posteriormente “implementadas as necessárias reparações em termos de radares (e respetivas aferições por entidade certificada), caixas de suporte, infraestrutura de comunicação com a central da polícia municipal, assim como dos painéis de sinalização de aviso de presença de controlo de velocidade”.
Porém, a Associação de Cidadãos Automobilizados (ACA-M) alerta para as constantes avarias na rede.
“Os radares, se existem, devem estar a funcionar como qualquer equipamento de segurança ou qualquer equipamento urbano. Se eles estão cá e se custaram dinheiro [com] a sua implementação, então não faz sentido estarem vandalizados, não terem manutenção e não servirem para nada”, afirmou à Lusa Luís Escudeiro, formador em condução defensiva da ACA-M.
A Lusa constatou no local que os radares localizados na Segunda Circular junto à Rua Carolina Michaelis e na Radial de Benfica (sentido Sete Rios-IC19) se encontravam, na sexta-feira, vandalizados, com o vidro partido e com tinta, tendo o painel de aviso desligado.
Com o painel inativo estavam também os radares nas avenidas Almirante Gago Coutinho (sentido aeroporto-Areeiro) e de Ceuta (sentido Campolide-Alcântara).
Já o radar da Segunda Circular junto à saída para a rotunda do Relógio aparentava estar em boas condições, com o aviso luminoso ativo.
O comandante da Polícia Municipal, André Gomes, explicou que “um painel pode ter a lâmpada fundida e o radar estar a funcionar na mesma”.
O comandante indicou que, em caso de excesso de velocidade, o dono da viatura da matrícula detetada é notificado.
Porém, “em caso de dúvida, anula-se” a operação, isto é, quando nas imagens aparece mais do que uma matrícula e não é possível distinguir quem comete a contraordenação.
Luís Escudeiro considerou que “muitos condutores terão a experiência de terem passado a uma velocidade excessiva e nunca lhes ter acontecido nada”, devido à “falta de capacidade do sistema de processar todas as infrações”.
/Lusa