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O racismo aumenta o risco de AVC em mulheres negras

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mulher negra

Mulheres negras que relataram experiências de racismo exibiram um risco 38% maior de ter um AVC em comparação com as que dizem não ter sofrido racismo diretamente em novo estudo.

O racismo afeta a vida de várias pessoas de diversas formas, chegando até a influenciar a saúde.

Novo estudo da Universidade de Boston, publicado no passado dia 10 — a apenas dez dias do Dia da Consciência Negra que se celebrou no dia 20 de novembro — conclui que episódios de racismo aumentam o risco de uma mulher negra sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral.

O estudo revela que mulheres negras que enfrentaram racismo no trabalho, nas interações com a polícia ou até no ambiente familiar têm um risco 38% maior de ter um AVC em comparação com as mulheres negras que não sofreram racismo diretamente, de acordo com os dados apresentados na revista JAMA.

Sobre o impacto do racismo nos casos de AVC entre mulheres, os investigadores acompanharam 48,3 mil mulheres negras dos EUA, entre 1997 e 2019. Nenhuma das mulheres tinha doenças cardiovasculares ou cancro no início do estudo; porém, nesse período de 22 anos, identificaram-se 1,6 mil casos de derrames.

Nas análises, “as mulheres negras que relataram experiências de racismo interpessoal em situações de emprego, habitação e interações com a polícia apresentaram um risco aumentado de AVC”, concluíram os investigadores.

Mas não são só as mulheres…

De acordo com o Gabinete de Saúde das Minorias (OMH) do governo norte-americano, os adultos negros já possuem um risco elevado de AVC, mesmo sem considerar o impacto do racismo.

Por exemplo, os afro-americanos têm uma probabilidade 50% maior de sofrer um derrame em comparação com adultos brancos. Em particular, as mulheres negras têm o dobro da probabilidade de sofrer um AVC do que as mulheres brancas não-hispânicas.

Quanto aos óbitos, o risco de um homem negro norte-americano morrer após um AVC é 70% maior em comparação com um branco não-hispânico.

As populações marginalizadas e discriminadas enfrentam frequentemente maior stress crónico, incluindo o stress relacionado com experiências de racismo. Este stress pode levar a hipertensão arterial, um fator de risco significativo para o AVC.

Além disso, o racismo sistémico pode afetar o acesso a cuidados de saúde de qualidade, resultando em disparidades no diagnóstico e tratamento de condições que são fatores de risco para AVC, como diabetes e doenças cardíacas.

ZAP // CanalTech

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