Tensões entre Espanha e Marrocos aumentam. Rabat contesta soberania de Ceuta e Melila

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Espanha convocou com caráter de urgência a embaixadora de Marrocos em Madrid, esta segunda-feira, após declarações feitas pelo primeiro-ministro marroquino sobre Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis no norte de Marrocos.

O primeiro-ministro marroquino, Saadeddine El Othmani, afirmou na segunda-feira em entrevista ao canal egípcio Acharq, que o seu país, depois de resolver o conflito no Saara Ocidental, irá discutir com Espanha a questão das cidades de Ceuta e Melilla, cuja soberania é reivindicada por este país do Magrebe.

“Ceuta e Melilla é uma questão que deve ser aberta”, disse o primeiro-ministro marroquino, acrescentando que a matéria “está pendente há cinco ou seis séculos, mas que um dia poderá ser aberta”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol convocou imediatamente, no mesmo dia, a embaixadora marroquina em Madrid, Karima Benyaich.

“Espanha espera que todos os seus parceiros respeitem a soberania e a integridade territorial do nosso país e pediu [à embaixadora] explicações sobre as declarações feitas pelo primeiro-ministro marroquino”, avançou o ministério espanhol responsável pelas relações externas, numa declaração feita depois da reunião.

As cidades de Melilla e Ceuta estão sob a soberania espanhola desde os séculos XVI e XVII, respetivamente, e a controvérsia surge num momento delicado das relações entre os dois países, particularmente sobre a questão do Saara Ocidental, uma antiga colónia espanhola e um território com escassa população controlado por Rabat, mas reivindicado pelos combatentes pela independência da Frente Polisário.

O recente reconhecimento pelos Estados Unidos da América da soberania marroquina sobre este território reavivaram a tensão entre Rabat e Madrid sobre a questão.

O Governo espanhol apela ao cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que consideram o Saara Ocidental como um “território não autónomo” e preveem a realização de um referendo sobre a sua autodeterminação.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. E Olivença , quando é que os espanhóis nos devolvem , ou quando é que a diplomacia portuguesa revindica esse território como português ?

    • É isso aí João! Olivença ainda é nossa! E juntem também a Galiza que os Galegos agradecem!
      E entretanto os ingleses também podiam dar Gibraltar à Espanha.

  2. Os marroquinos têm todo o direito de reivindicar esses territórios que estiveram sob domínio português e que a Espanha ocupou com a presença dos Filipe em Portugal e não devolveu. Mas já quanto ao Saara Ocidental nem Espanha, nem Marrocos deveriam ter o direito a tal reivindicação, mas como a mesma é apadrinhada por uma grande potência militar o direito ganha em relação à razão sendo o padrinho uma potência militar de relevo. Espanha (Madrid) por seu lado tem dentro de portas situações desta natureza a resolver.

  3. A Península Ibérica é de espanhóis, portugueses e andorranos. No que tange ao Gibraltar, trata-se de uma ocupação estratégica, por parte dos ingleses e que deveria retornar ao domínio espanhol. Já era tempo dos ingleses devolverem o que não lhe pertence por direito. Cabe a Espanha tomar uma decisão que não passe pelos apoios nem da incompetência da ONU nem dos países da União Europeia. Nunca se resolveu pelos meios diplomático, então, resolve-se pela ocupação militar e pronto. Não vai haver terceira guerra mundial nem tampouco “Invencível Armada” por parte do Reino Unido e tudo voltará como “antes como no Quartel de Abrantes”. Olivença vem depois aos braços dos portugueses saudosos. É o que pensa o filho de um português de Numão;Vila Nova de Foz Coa – joaoluizgondimaguiargondim

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