Erik S. Lesser / EPA

Trânsito em direção ao norte da Florida, antes da chegada prevista do furacão Milton
A Florida insiste nos apelos de evacuação perante a pior tempestade dos últimos 100 anos. “Quem não sair vai morrer”, alertam os responsáveis civis.
As autoridades norte-americanas estão a aumentar os apelos de evacuação antes da chegada do furacão Milton, que deverá chegar à costa na madrugada de quarta para quinta-feira.
Será“a pior tempestade em 100 anos” a atingir a península da Florida.
“Toda a península da Florida está sob alguma forma de vigilância ou alerta”, destacou o governador da Florida, Ron DeSantis.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) alertou que Milton é “um furacão extremamente perigoso”, de categoria 4 na escala Saffir-Simpson – depois de ter sido anteriormente classificado como categoria 5, a mais elevada.
Milton pode ser “a pior tempestade na Florida num século”, alertou o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, esta terça-feira, à margem de uma reunião com os seus conselheiros na Casa Branca para fazer um balanço dos preparativos.
“Devem retirar-se agora, é uma questão de vida ou de morte”, realçou ainda o chefe de Estado norte-americano, num apelo aos residentes do terceiro estado mais populoso dos Estados Unidos.
A governadora de Tampa Bay, na Florida, Jane Castor, disse que o momento de fugir é agora e avisou que “quem não sair vai morrer”. “Nunca houve um assim”, acrescentou.
De acordo com uma estimativa do US Census Bureau, citada pela ABC News, a evacuação será obrigatória para cerca de 5,9 milhões de pessoas.
Bumper-to-bumper traffic at the Florida Georgia Line as people head north escape hurricane Milton @ryanhallyall pic.twitter.com/VKNN27HIg5
— Caleb Beacham (@CB_StormChasing) October 8, 2024
Num sinal da gravidade da situação, a Casa Branca anunciou que Joe Biden cancelou as viagens à Alemanha e Angola, previstas para o final desta semana.
O furacão, que se desloca de sudoeste para nordeste no golfo do México, deverá atingir a Florida durante a noite, de quarta para quinta-feira.
Alterações climáticas fomentam desastres
De acordo com os cientistas, as alterações climáticas tornam mais provável a rápida intensificação das tempestades e aumentam o risco de furacões mais poderosos ao aquecer as águas do mar e dos oceanos.
As temperaturas no Atlântico Norte têm vindo a evoluir continuamente há mais de um ano, em níveis de calor recorde, de acordo com dados do Observatório Meteorológico Americano (NOAA).
De acordo com o especialista meteorológico Michael Lowry, “se as piores previsões se concretizarem para a região de Tampa Bay, as inundações costeiras causadas por Milton poderão ser o dobro das observadas há duas semanas durante Helene”.
“O Milton fortaleceu-se na segunda-feira a um ritmo alucinante”, um dos “mais rápidos alguma vez observados na bacia do Atlântico”, acrescentou.
Geradores, alimentos, água e lonas estão a ser distribuídos por toda a Florida e muitos residentes planeiam partir.
Em Tampa Bay, dezenas de carros fazem fila para recolher sacos de areia para tentar proteger as suas casas das cheias esperadas.
Police in Gulfport, Florida are driving around playing a recording that tells people to evacuate ahead of Hurricane Milton.
All the debris you see is still here from Hurricane Helene. pic.twitter.com/LJje6B0Tgh— Brian Entin (@BrianEntin) October 8, 2024
O sudeste dos Estados Unidos ainda está a recuperar do Helene, um furacão devastador que causou inundações e danos consideráveis em meia dúzia de estados, causando pelo menos 234 mortes.
ZAP // Lusa