Uma pergunta que poderá já lhe ter passado pela cabeça é: quem é que descobriu que as pipocas podiam ser algo saboroso? Parece que esse mistério foi agora desvendado.
Já todos sabemos que algumas das mais conhecidas invenções da humanidade aconteceram por acidente.
É o caso dos nossos conhecidos Post-Its, que foram inventados na década de 1970, por Spencer Silver, engenheiro da 3M, que estava a tentar criar um adesivo super forte.
Não correu bem, mas caiu-lhe nas mãos uma cola reutilizável e com uma aderência fraca, que deu origem aos papelotes amarelos que hoje usamos.
Mais notório ainda é o caso do mais famoso refrigerante do Mundo. Sim, a Coca Cola nasceu acidentalmente. Em 1886, o farmacêutico norte-americano John Stith Pemberton estava a tentar criar um remédio patenteado, destinado a aliviar dores de cabeça e a funcionar como um estimulante nervoso.
A primeira versão da Coca-Cola, que continha um extrato de folhas de coca — daí o seu nome — e noz de cola, uma fonte natural de cafeína, foi inicialmente apresentada como um tónico para o cérebro e nervos. Só que não o era.
Assim, o primeiro anúncio da Coca-Cola viria a apresentá-la não como um remédio, mas como uma “deliciosa, refrescante, estimulante e revigorante” bebida.
Estes são alguns dos casos de invenções famosas que deram para o torto antes de dar direito.
E qual será então a origem das nossas pipocas? A pergunta impõe-se, porque…. quem é que se teria lembrado pela primeira vez de pegar em pedaços de milho e fritá-los? Foi por acaso, por acidente, ou resultou de um elaborado processo científico de tentativa e erro?
Este é um daqueles mistérios alimentares bastante difíceis de resolver.
A arqueologia depende de restos sólidos para descobrir o que aconteceu no Passado, especialmente para os povos que não usavam qualquer tipo de escrita.
A maioria das coisas utilizadas pelas pessoas eram feitas de madeira, materiais animais ou tecido, pelo que apodreciam muito rapidamente, sendo impossíveis de encontrar pelos arqueólogos.
Mas, no que diz respeito a refeições é ainda muito mais difícil de encontrar.
Mas, nem tudo são más notícias: temos o milho — que tem algumas partes duras, como a casca do grão, os pedaços no fundo da tigela de pipocas que ficam presos nos dentes.
Uma vez que é necessário aquecer o milho para o tornar comestível, por vezes este é queimado e os arqueólogos encontram provas disso.
Segundo o Discover, algumas plantas, inclusive o milho, contêm fragmentos minúsculos, semelhantes a rochas — chamados fitólitos — que podem durar milhares de anos.
Os cientistas têm quase a certeza que sabem a idade do milho e que terá sido cultivado, provavelmente, pela primeira vez pelos nativos americanos no que é atualmente o México.
Os primeiros agricultores domesticaram o milho a partir de uma espécie de erva chamada teosinte.
Antes da agricultura antes pessoas colhiam teosinte selvagem e comiam as sementes, que continham muito amido — um hidrato de carbono como o que se encontra no pão ou na massa. Apanhavam a teosinte com as sementes maiores e, eventualmente, começaram a mondar e a plantar.
Com o tempo, a planta selvagem transformou-se em algo parecido com o que hoje chamamos de milho, sendo possível distinguir o milho da teosinte pelos seus grãos maiores.
Há indícios de cultivo de milho em grutas secas no México há 9000 anos. A partir daí, o cultivo do milho espalhou-se pela América do Norte e do Sul.
Descobrir quando é que as pessoas começaram a fazer pipocas é mais difícil. Existem vários tipos de milho, a maioria dos quais rebenta se for aquecida, mas uma variedade, chamada de “pipoca”, faz as melhores pipocas.
Os cientistas descobriram fitólitos do Peru, em grãos queimados, deste tipo de milho “rebentável”, desde há 6700 anos.
Pode imaginar-se que o estalar dos grãos de milho foi descoberto por acaso. Provavelmente um pouco de milho caiu numa fogueira e quem estava por perto apercebeu-se de que esta era uma nova e útil forma de preparar os alimentos.
O milho estourado durava muito tempo e era fácil de fazer.
As pipocas de Antiguidade não eram provavelmente muito parecidas com o snack que se pode comer hoje no cinema. Provavelmente, não havia sal e definitivamente não havia manteiga, uma vez que ainda não havia vacas para ordenhar nas Américas.
Provavelmente, não eram servidas quentes e eram bastante mastigáveis, comparativamente com a versão a que estamos habituados atualmente.
É, portanto, impossível saber exatamente por que razão ou como foram inventadas as pipocas.
Mas o que se sabe é que aquele que hoje consideramos um petisco saboroso — começou provavelmente por ser uma forma útil de conservar e armazenar alimentos.