Quase metade dos autarcas tem de mudar em 2025

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José Coelho / Lusa

Os presidentes das Câmaras Municipais do Porto, Rui Moreira (2E) de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues (C) e Matosinhos, Luisa Salgueiro (D).

Rui Moreira, presidente da Câmara do no Porto, e Eduardo Vítor Rodrigues, da Câmara de Gaia, estão a cumprir o último mandato.

Os partidos já estão a preparar terreno para as eleições de 2025, um ano após as autárquicas, sendo que a limitação de mandatos irá mudar cerca de metade dos presidentes de câmara.

Dos 308 presidentes, cerca de 43% terão de sair, o que não constitui apenas um risco, mas também uma oportunidade de mudança. Este valor inclui 47 dos 114 eleitos pelo PSD, e 64 dos 148 eleitos pelo PS que, de acordo com as contas do partido, estão no terceiro e último mandato.

O Ministério da Administração Interna (MAI) adiantou ao Jornal de Notícias que as câmaras, encarregadas da comunicação da substituição dos eleitos, já informaram a Administração Eleitoral da Secretaria Geral do MAI que houve 240 substituições no total de autarcas eleitos em 2021. A Administração Eleitoral desconhece os motivos, justificando que não tem acesso a essa informação.

Ao analisar as listas de presidentes eleitos em 2021 e de autarcas em exercício é possível verificar que as mudanças são praticamente inexistentes.

Luís Miguel Alves, de Caminha, renunciou este mês por ter sido nomeado secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. José António Jesus, de Tondela, suspendeu o mandato e foi substituído por Carla Borges, devido a um processo judicial.

Rui Lages, vice-presidente de Caminha, assumiu a presidência, após Luís Miguel Alves ter ido para secretário de Estado Adjunto de António Costa.

José António Jesus foi condenado a prisão com pena suspensa e a perda de mandato por peculato e falsificação de documentos. Já prorrogou a suspensão que pediu em janeiro, por estar a aguardar resposta a recurso.

Já Joaquim Santos, autarca do Seixal, encontra-se no último mandato, sendo que anunciou a renúncia em agosto, mas ainda não a concretizou. Também Carlos Carreiras, que não se pode recandidatar a Cascais, admitiu renunciar em breve.

Tal como o autarca do Seixal, eleito pela CDU, também o social-democrata Carlos Carreiras prometeu sair em breve, tendo anunciado a saída num plenário concelhio do PSD. O seu número dois é Miguel Pinto Luz, vice do partido.

Rui Moreira também já não se pode recandidatar ao Porto, e Eduardo Vítor Rodrigues terá de deixar a presidência de Gaia. Estas duas autarquias estão na mira dos dois maiores partidos — PS e PSD. Em Gaia, uma plataforma está a tentar abrir caminho ao regresso de Luís Filipe Menezes.

Hugo Soares, secretário-geral do PSD, foi questionado pelo JN relativamente ao ano de 2025, no qual irão sair cerca de metade dos presidentes de câmaras.

O secretário-geral do PSD destacou que estas autárquicas são “particularmente desafiantes” e “são uma preocupação e prioridade para esta direção”.

João Torres, secretário-geral adjunto do PS, sublinha que o partido lançou agora a Academia Socialista do Poder Local para “melhor capacitar a sua intervenção”, tanto “nos territórios onde venceu disputas eleitorais, como naqueles em que assume, com igual afinco, responsabilidades de oposição”.

Para além disso, “encarando com otimismo a preparação das próximas eleições, e em respeito pelos estatutos, o PS terá em outubro e novembro eleições internas nas estruturas de secção, concelhias e federativas”.

ZAP //

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