Um cavalo é só um, mas contém muitos cavalos — de potência. No século XVIII, era bem bom, e o conceito foi inventado por um conhecido génio da engenharia, que não gostava muito de conduzir nestes animais.
O célebre engenheiro James Watt, inventor da unidade de medida de potência que ainda hoje usamos, gostava muito de cavalos.
Conhecido pelas suas melhorias no motor a vapor, é um dos principais engenheiros de sempre, essencial para a Revolução Industrial. Foi ele que inventou o horsepower, ou, em português, a “potência em cavalos”, ou “cavalo-vapor”.
Quando Watt inventou o motor a vapor, precisava de uma forma para comparar a potência da sua invenção com a força dominante na época — os cavalos —, explica o site da Cipasa.
A Science Focus explica então a definição de Watt: um cavalo de potência é aproximadamente a taxa média de trabalho que um cavalo de tração saudável pode fazer durante um dia inteiro.
De acordo com a SF, o objetivo de Watt era convencer os seus clientes de que trocar um cavalo por um motor a vapor era um bom investimento, uma vez que um cavalo tinha menos cavalos do que a sua invenção.
Em 1993, uns biólogos com um sentido de humor refinado, R. D. Stevenson e R. J. Wassersug, decidiram calcular quantos cavalos, ou horsepower, tem um cavalo.
Estudos anteriores tinham calculado que, se a potência mecânica máxima sustentável por quilograma de músculo é entre 100 e 200 watts, os investigadores calcularam que um só cavalo teria um desempenho teórico de 18.000 W, ou seja, cerca de 24 cavalos de potência. No entanto, o estudo de 1993 provou que, na verdade, esse número é menor: um cavalo tem cerca de 14,9 cavalos.
Em termo de comparação, um carro normal tem, em média cerca de 180 cavalos, segundo a J. D. Power.
É claro que, com o tempo, os cavalos vão perdendo os cavalos — ou seja, a potência, à medida em que os seus músculos ficam mais fracos, com menos energia e capacidade de tração. Um pouco como os carros, que ao longo do tempo, com a sujidade e o uso, vão perdendo a sua potência.