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A qualidade do sono pode traduzir-se em melhores notas

Um artigo científico publicado recentemente indica que a qualidade do sono influencia o desempenho académico e, por sua vez, as notas escolares. E parece que as mulheres andam a dormir melhor.

Jeffrey Grossman e John Gabrieli, ambos professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), deram Fitbits a 100 alunos, um dispositivo eletrónico (pulseira) que monitoriza a atividade que uma pessoa realiza durante o dia, como o batimento cardíaco ou o número de passos percorridos.

Inicialmente, a investigação tinha como objetivo centrar as atenções nas diferenças de desempenho académico entre os alunos que estavam matriculados no ginásio e os que não estavam, mas o estudo, publicado no início de outubro na Science of Learning, acabou por tomar um rumo diferente.

Os investigadores descobriram, inesperadamente, que a principal diferença entre os alunos com melhor desempenho escolar e os que tinham pior aproveitamento estava relacionada com o sono.

“Descobrimos que a correlação com o condicionamento físico é zero. Esta conclusão é dececionante, porque eu acreditava – e ainda acredito – que há um tremendo impacto positivo do exercício físico no desempenho cognitivo”, resume Grossman, citado pelo Inverse.

No entanto, os cientistas acabaram por descobrir que os estudantes que foram para a cama mais tarde, principalmente depois das duas da manhã, tiveram um desempenho académico pior do que aqueles que se deitaram mais cedo. Aliás, os investigadores observaram que, mesmo que os estudantes que se deitaram mais tarde dormissem o suficiente, as suas notas saíam prejudicadas.

“Já sabíamos que mais horas de sono eram benéficas para o desempenho dentro da sala de aula, a partir de vários estudos anteriores que se baseavam em medidas subjetivas”, diz Grossman. “Mas, neste estudo, os benefícios do sono estão correlacionados ao desempenho no contexto de um curso universitário da vida real, e impulsionados por grandes quantidades de uma recolha de dados objetiva.”

O mais interessante é que o principal fator que afetou o desempenho de um aluno foi o modo como os estudantes dormiam no geral, e não apenas o modo como dormiam no dia anterior ao teste.

“Ouvimos repetidamente a frase: ‘dorme bem, terás um grande dia amanhã’. Acontece que isso não se correlaciona com o desempenho nos testes”, diz Grossman. “Em vez disso, é o sono que dormimos durante os dias em que a aprendizagem acontece que é mais importante.”

A equipa também ficou surpreendida com a forma como conseguiram identificar por que razão as mulheres parecem ter um melhor desempenho cognitivo. Normalmente, as mulheres dormem melhor, o que explica o motivo pelo qual conseguem ter um maior aproveitamento.

ZAP //

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