Qatar foi o pior anfitrião de sempre. FIFA: “Memórias incríveis para os adeptos”

Noushad Thekkayil / EPA

Adeptos durante Qatar-Equador

Nunca uma selecção tinha terminado o “seu” Mundial com zero pontos. E só um golo marcado. Mas não foi surpreendente. Recorde o percurso de outros anfitriões do torneio.

O Qatar nunca se qualificou para um Mundial de futebol. E continua sem se qualificar porque só participou no Mundial 2022 porque é o país anfitrião.

Aliás, retirando as primeiras edições (por motivos óbvios), esta foi a primeira vez que a FIFA entregou o torneio a um país que nunca se tinha apurado.

E, apenas nove dias depois do início desta edição, o Qatar confirmou um registo inédito: zero pontos.

Foi a primeira vez que uma selecção anfitriã terminou o “seu” Mundial sem qualquer ponto. E com apenas um golo marcado: derrotas contra Equador (0-2 e primeira vez que a selecção da casa perdeu no jogo inaugural), Senegal (1-3) e Países Baixos (2-0).

Foi, de longe, a pior prestação de sempre de uma selecção da casa, num Mundial.

Mesmo assim, a FIFA escreveu que, apesar do afastamento precoce, os adeptos do Qatar vão guardar “memórias incríveis” deste torneio.

O recorde negativo pertencia à África do Sul, que em 2010 conseguiu quatro pontos – os mesmos do México, qualificado – e não superou a fase de grupos.

Até esta terça-feira, a África do Sul tinha sido a única selecção anfitriã a não chegar à fase a eliminar. Até 2010 todas as equipas da casa tinham conseguido uma presença pós-fase de grupos. E, depois disso, Brasil e Rússia também ultrapassaram essa fase. O Qatar não.

A realidade é que, em muitas edições do torneio, a selecção da casa superou a fase de grupos e superou as próprias expectativas locais.

Em seis casos os anfitriões foram mesmo campeões mundiais: Uruguai 1930, Itália 1934, Inglaterra 1966 (única conquista inglesa), Alemanha 1974, Argentina 1978 e França 1998. Não, neste século ainda não se repetiu. E não se vai repetir no Qatar.

Noutras cinco edições houve surpresa caseira, mesmo quando o troféu não ficou em casa.

Suécia, 1958: os suecos nem se tinham apurado para a edição anterior mas, em casa, chegaram à final (perderam frente ao Brasil). Não se qualificaram nos dois Mundiais seguintes.

Chile, 1962: o Chile só conseguiu estar entre as melhores selecções de um Mundial quando jogou em casa (terceiro lugar). Foi logo na edição seguinte ao feito da Suécia.

México, 1970: em seis participações em Mundiais, uma vitória em 17 jogos para os mexicanos; em casa, chegaram aos quartos-de-final. Só repetiram essa etapa em 1986, quando também jogaram em casa.

Coreia do Sul/Japão 2002: a maior surpresa do século XXI, quando os coreanos chegaram às meias-finais. Com decisões duvidosas dos árbitros pelo meio, sim. Até aí, a Coreia do Sul nunca tinha passado da fase de grupos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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