Um novo estudo revelou uma relação surpreendente entre os nossos padrões de respiração e o tamanho das nossas pupilas.
Os investigadores descobriram que o tamanho das nossas pupilas muda em sincronia com o nosso ciclo respiratório, avança a revista New Scientist.
O estudo, que envolveu 100 voluntários, utilizou uma câmara especializada para medir o tamanho das pupilas enquanto monitorizava a respiração através de uma máscara equipada com sensores.
Os cientistas descobriram que o tamanho da pupila é mais pequeno no início da inspiração, aumenta continuamente até atingir o seu maior tamanho a meio da expiração e depois diminui rapidamente quando acabamos de expirar.
Este padrão mantém-se independentemente de os participantes respirarem pela boca ou pelo nariz, de se concentrarem num ponto do ecrã ou de realizarem uma tarefa simples.
Embora este efeito da respiração no tamanho da pupila fosse já conhecido, artigos científicos anteriores sugeriam que as pupilas são maiores durante a inalação e menores durante a exalação. Estas afirmações baseavam-se em estudos feitos em gatos anestesiados, o que levou os investigadores a testar isto em seres humanos.
O estudo, publicado recentemente na plataforma arXiv, demonstrou que a relação entre a respiração e o tamanho da pupila é consistente ao longo de muitos ciclos respiratórios. No entanto, o efeito não é muitas vezes visível num único ciclo respiratório devido a outros fatores que influenciam o tamanho da pupila.
As nossas pupilas ajustam-se com base em vários estímulos, incluindo a luz e a carga cognitiva, que podem mascarar as alterações subtis provocadas pela respiração.
A compreensão deste efeito da respiração tem implicações práticas. Por exemplo, a nossa visão é mais nítida quando as nossas pupilas são mais pequenas, enquanto as pupilas maiores são mais sensíveis a estímulos fracos, especialmente na visão periférica.
A equipa de investigadores está agora a analisar se estas alterações no tamanho da pupila devido à respiração afetam o desempenho visual em tarefas que exigem precisão, por exemplo em desportos como o tiro.
Além disso, a capacidade de controlar intencionalmente o tamanho da pupila através da respiração pode ter aplicações significativas. O tamanho da pupila é utilizado no diagnóstico de doenças como as concussões, pelo que é crucial compreender todos os fatores que o influenciam.
“Será apenas um artefacto ou haverá um objetivo por detrás dele? Ainda não sabemos bem”, sublinhou o autor principal do estudo, Martin Schaefer.