Faltam agentes jovens na PSP (e faltam candidatos)

O episódio de violência no Hospital de Famalicão “torna evidente e pública a falta de meios humanos e materiais”.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia reagiu ao episódio de violência que se verificou no Hospital de Famalicão, na madrugada desta terça-feira.

Cerca de 20 pessoas invadiram o serviço de urgência da unidade minhota do Centro Hospitalar do Médio Ave, perto das 3h30 da madrugada. Entre as agressões, dois enfermeiros e um segurança ficaram feridos.

Há relatos de que os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) demoraram quase uma hora a chegar ao local, porque não tinham recursos humanos para chegar antes.

Essa possibilidade acaba por ser admitida na reacção da própria polícia, através da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.

O comunicado, além de demonstrar solidariedade com as pessoas agredidas, avisa que este episódio “de violência gratuita” não pode ser visto de forma isolada e “torna evidente e pública a falta de meios humanos e materiais” na PSP.

“Esta situação complexa, com a PSP a ser acusada publicamente de demora em acorrer à unidade hospitalar onde decorriam as agressões, lesa a instituição, mina a sua credibilidade, coloca os profissionais expostos à crítica pública – com o seu profissionalismo colocado em causa sem que tenham qualquer responsabilidade na incapacidade de resposta à ocorrência”, explica a associação.

O comunicado apresenta alguns problemas actuais no seio da polícia em Portugal: obstáculos para a pré-reforma, agentes mais velhos ainda em acção, falta de candidatos e as centenas de agentes que abandonaram esta carreira ao longo dos últimos anos.

A PSP ainda não terá detido os agressores, que fugiram do hospital depois do crime.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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