Três psicólogos dedicaram-se ao estudo da estupidez e decidiram avaliar o que é que as pessoas consideram que é estúpido para, assim, determinar como podemos deixar de praticar actos destes.
Balazs Aczel, Bence Palfi e Zoltan Kekecs, do Instituto de Psicologia da Universidade Eötvös Loránd de Budapeste, na Hungria, recolheram 180 histórias publicadas em sites de notícias, blogues e fóruns, com relatos de incidentes ou coisas estúpidas e apresentaram-nas a mais de 150 pessoas.
O Washington Post descreve que os participantes tinham que preencher um questionário, detalhando se consideravam aquela acção estúpida e, se sim, quão estúpida ela era numa escala de 1 a 10, tendo também que explicar porque é que achavam uma certa acção ou atitude estúpida.
A primeira conclusão que os investigadores retiraram foi que as pessoas tendem a concordar quanto àquilo que se considera estúpido.
À cabeça das coisas mais estúpidas surgem aquelas que resultam da chamada “ignorância confiante“, conforme a definem os investigadores, e que resulta do facto de as pessoas acharem que podem fazer algo que, de facto, não conseguem.
“A coisa mais estúpida que uma pessoa pode fazer é sobrestimar-se“, nota Balazs Aczel, frisando que isto não tem nada que ver com “um QI baixo”, mas com “uma má percepção das suas próprias capacidades”.
Depois, surge a “falta de controlo” como justificação para a estupidez quando esta resulta “comportamentos obsessivos, compulsivos ou de toxicodependência”, refere Balazs Aczel.
Por fim, a “falta de atenção/falta de sentido prático” é outra justificação para comportamentos estúpidos, resultando de actos irracionais ou fruto de distracção.
Este retrato da estupidez ajuda a “prever” que tipo de situações podem “aumentar a probabilidade” de virmos a fazer coisas que os outros consideram estúpidas, conforme salienta Balazs Aczel.
Assim, “se não quisermos fazer algo estúpido, convém provavelmente não termos expectativas exageradas acerca das nossas capacidades“, alerta o investigador. “A pior coisa a fazer é agir de forma confiante quando o nosso comportamento não deixa de ser irracional. Mais estúpido que isso, impossível”, conclui.
ZAP
Não percebi.