A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou hoje para a possibilidade de ocorrência de “cheias relâmpago” em zonas urbanas devido à subida do nível dos rios, disse aos jornalistas o adjunto de operações nacional Sérgio Trindade.
“Prevê-se que possa haver a ocorrência de cheias relâmpago, muito rápidas, em zonas urbanas que façam inundações rápido e em que as pessoas não tenham hipótese de se movimentar e fugir delas”, disse hoje aos jornalistas o responsável, na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras), distrito de Lisboa.
Sérgio Trindade acrescentou ainda que situações de cheias poderão também ocorrer em zonas historicamente afetadas pelo fenómeno, como Águeda (distrito de Aveiro), o rio Vez (Viana do Castelo), e nas bacias hidrográficas dos rios Minho, Lima (Viana do Castelo) ou Sorraia (Santarém).
O Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) pôs sob aviso laranja 13 dos 18 distritos de Portugal Continental, incluindo toda a costa do país, e a amarelo cinco distritos do interior devido ao mau tempo.
De acordo com o site do instituto, os distritos do litoral, incluindo todo o Algarve, estão sob aviso laranja, mas, em declarações à Lusa, fonte do IPMA disse não haver ocorrências significativas até ao momento.
Os avisos laranja devem-se sobretudo à precipitação, embora nos distritos mais a norte, Porto, Braga e Viana do Castelo, se devam também ao vento e à agitação marítima.
A situação de alerta amarelo em todo o país vai manter-se depois até às 13:00 de domingo. O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Mais de 120 ocorrências registadas em três horas
Mais de 120 ocorrências relacionadas com as condições meteorológicas, sobretudo quedas de árvores e estruturas de edifícios, foram registadas entre as 08:00 e as 11:00 de hoje no país, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
O comandante Pedro Araújo, desta autoridade nacional, disse à agência Lusa que, após uma noite com 44 ocorrências, este número aumentou significativamente, atingindo as 122 chamadas às 11:00. Trata-se sobretudo de quedas de árvores e de ramos e de estruturas de edifícios, como antenas, chaminés e placas, causada pelo vento forte que se regista.
A mesma fonte referiu que estas ocorrências se têm registado um pouco por todo o país, com mais incidência nos distritos de Aveiro, Coimbra, Guarda e Viana do Castelo. Até ao momento, nenhuma das ocorrências causou vítimas ou danos significativos.
O IPMA prevê para hoje chuva, vento e agitação marítima forte: Chuva, por vezes forte, no litoral Norte e Centro, estendendo-se ao restante litoral oeste a partir do final da manhã, e gradualmente às restantes regiões; vento moderado a forte (30 a 50 km/h) do quadrante sul, por vezes com rajadas até 90 km/h, podendo atingir os 100 km/h no litoral Norte, e forte (40 a 55 km/h) nas terras altas, com rajadas até 110 km/h.
// Lusa