O famoso comboio Expresso do Oriente vai retomar a viagem de Paris a Istambul, o caminho percorrido originalmente, em 1883.
O Expresso do Oriente, um comboio de luxo que a autora Agatha Christie tornou ainda mais conhecido com a sua obra Crime no Expresso do Oriente (1934), vai voltar a fazer o trajeto original Paris-Istambul, em 2024 — a tempo dos Jogos Olímpicos.a.
O icónico comboio de luxo vai percorrer o caminho entre as duas cidades com as 17 carruagens originais, construídas entre 1920 e 1930, segundo relembra o Público.
Segundo os dados do projeto, o comboio inclui três tipos de suítes, com todas as decorações e os painéis art déco ainda bem conservados.
“O renascimento do Expresso do Oriente é um desafio tecnológico, atendendo a critérios científicos, artísticos e técnicos”, sublinha Maxime d’Angeac, o arquiteto responsável pelo projeto, em comunicado.
“Todo o projeto foi concebido como uma obra de arte. Confiado aos melhores artesãos e decoradores especializados em áreas únicas, o comboio, embaixador do luxo francês, revelará um cenário de requinte absoluto, fiel à arte da alfaiataria”, lê-se.
“Desde as porcas e parafusos estampados com a assinatura Orient-Express ao conceito inovador das suítes, a máxima atenção aos detalhes permitirá aos viajantes redescobrir o grande esplendor do Orient-Express“, acrescentou D’Angeac.
Entre 1883 e 2009, o Expresso do Oriente costumava circular em diferentes rotas, mas o serviço teve de ser interrompido devido à queda da popularidade.
Mas os tempos mudam, e as pessoas começam a optar por percursos mais demorados e sem voos. O Expresso do Oriente vai por isso voltar à ação.
A retoma do famoso comboio aos carris começou quando, em 2015, o historiador francês Arthur Mettetal foi contratado para pesquisar e documentar o que restava dos vagões originais do Expresso do Oriente em nome da SNCF, a Société Nationale des Chemins de Fer Français.
Durante a investigação, encontrou um vídeo anónimo no YouTube a partir do qual, com ajuda do Google Earth e do Street View, conseguiu rastrear os 17 vagões originais do lendário comboio.
As carruagens estavam alinhadas e esquecidas em Malaszewicze, um entroncamento ferroviário remoto na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia.
Passados vários anos de negociações, o então proprietário acabou por concordar em vendê-los. Em 2018, os vagões finalmente regressaram a França para o início da recuperação e restauro.
Ainda é muito cedo para saber o itinerário definitivo. No entanto, é certo que vai partir de Paris Gare de l’Est, tendo Istambul como o destino final.