Comissão Europeia financia projecto que tem como objectivo principal suavizar a transição entre o hospital e o domicílio para os doentes.
É um financiamento inédito na área dos cuidados paliativos, na Europa: a Comissão Europeia cede 5.5 milhões de euros para o PAL-CYCLES.
Nove países vão participar: Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Polónia, Portugal, Roménia, Espanha e Países Baixos. Em Portugal será implementado em contextos de prestação de cuidados oncológicos do sistema público, incluindo a Região Autónoma dos Açores.
Com base num estudo realizado nos Países Baixos, o projecto PALliative Care Yields Cancer welLbEing Support pode traduzir-se como “Cuidados paliativos apoiam o bem-estar das pessoas com cancro”.
E os dois objectivos principais do projecto são precisamente melhorar a qualidade de vida dos doentes com cancro e suavizar a sua transição entre o hospital e o domicílio.
O projecto é europeu e contará com participação portuguesa – da Universidade Católica Portuguesa. Dos 5.5 milhões de euros distribuídos ao longo dos próximos dois anos, mais de 500 mil euros seguem para a instituição de ensino portuguesa.
Sandra Martins Pereira, investigadora do Centro de Estudos em Gestão e Economia (CEGE) da Católica Porto Business School, será a coordenadora em Portugal do projecto.
“Estamos a investigar se uma transição óptima de cuidados pode ser facilitada desde os cuidados hospitalares aos cuidados comunitários, de modo a que os doentes possam permanecer no domicílio durante mais tempo, recebendo cuidados paliativos de elevada qualidade, resultando numa melhor qualidade de vida para doentes com cancro em fase avançada”, comentou Sandra.
O projecto tentará também promover uma “comunicação compassiva sobre temas eticamente sensíveis”, diminuir hospitalizações desnecessárias e minimizar o sofrimento.
A comunicação será um dos focos porque muitos doentes em fase terminal saem do hospital em causa com muito pouca informação e com uma grande incerteza sobre como aceder e receber cuidados paliativos de excelência – o que, muitas vezes, origina redução da qualidade de vida, hospitalizações desnecessárias, sobrecarga dos familiares e sofrimento insuportável.
Assim, o desafio do projecto é “facilitar uma comunicação centrada na pessoa doente e a continuidade e integração de cuidados paliativos no contexto comunitário”.