Procurador de Nova Iorque avança com processo contra Weinstein

O produtor Harvey Weinstein, que esteve por trás de filmes como como “Reservoir Dogs”, “Pulp Fiction” e “Malèna”.

O procurador-geral do estado de Nova Iorque, Eric Schneiderman, anunciou este domingo que apresentou uma ação judicial contra Harvey Weinstein, o seu irmão Robert e a Produtora Weinstein.

Eric Schneiderman, procurador-geral do estado de Nova Iorque, interpôs este domingo uma ação judicial contra Harvey Weinstein, o seu irmão Robert e a Produtora Weinstein por violação de direitos humanos, direitos civis e leis empresariais daquele estado, após uma investigação sobre conduta sexual inapropriada.

“A denúncia do procurador-geral garante que os executivos da empresa e da administração fracassaram reiteradamente em proteger os funcionários contra o assédio sexual, a intimidação e a discriminação do então presidente Harvey Weinstein”, indica a Procuradoria em comunicado.

A ação judicial apresentada no Supremo Tribunal de Nova Iorque alega que os irmãos Weinstein permitiram que este ambiente se perpetrasse entre 2005 até outubro de 2017. Este processo acontece no dia em que estava previsto ser consumada e finalizada a venda da sua produtora, de acordo com o The New York Times.

Um grupo de investidores liderado por Maria Contreras-Sweet, antiga funcionária do governo Obama, estava em negociações avançadas para comprar a The Weinstein Company, num volume de negócio a rondar os 408 milhões de euros. Segundo o jornal norte-americano, este encontrar-se-á suspenso.

“Todo o lucro da The Weinstein Company deve estar destinado à indemnização das vítimas, para que se proteja os funcionários daqui em diante; servindo também para que os responsáveis, nem aqueles os que permitiram tais atos, enriqueçam injustamente”, acrescenta Schneiderman no comunicado.

“Cada nova-iorquino tem o direito a um ambiente de trabalho livre do assédio sexual, de intimidação e medo”, pode ler-se. Após quatro meses de investigação, a Procuradoria entrevistou vários funcionários da empresa, executivos e as supostas vítimas, tendo também revisto arquivos da empresa e e-mails.

A ação dita que Weinstein ameaçava os seus empregados com frases como “vou te matar”, “vou matar a tua família” ou “sabes do que sou capaz“. O produtor também se vangloriava dos contactos políticos que tinha e assegurava ter ligações com os serviços secretos norte-americanos.

A pedido do produtor, a empresa empregou um grupo de mulheres cuja principal tarefa era acompanhá-lo em eventos e facilitar as suas conquistas sexuais. Outro grupo de funcionárias eram assistentes que tinham que criar espaço na sua agenda para atividades sexuais e adotar medidas para aumentar a sua vida sexual, através de contactos.

Um terceiro grupo, também quase todo ele 100% feminino, foi forçado a facilitar as conquistas sexuais de Weinstein, de acordo com a acusação, embora tenham sido contratadas para ajudar a empresa a produzir filmes e projetos de televisão.

Além disso, a denúncia revela também que os motoristas de Weinstein deviam de andar sempre com preservativos e preparados com material para dar injeções para a disfunção erétil.

// Lusa

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