Prisão perpétua para 10 homens que atacaram Malala Yousafzai

junaidrao / Flickr

Malala Yousafzai

Malala Yousafzai

Um tribunal da cidade de Mingora, no noroeste do Paquistão, condenou hoje 10 homens à prisão perpétua pela tentativa de assassínio em 2012 da ativista Nobel da Paz Malala Yousafzai, disseram responsáveis.

“Dez atacantes que estiveram envolvidos no ataque a Malala Yousafzai foram condenados a prisão perpétua“, disse um responsável do tribunal à agência France Presse. A informação foi confirmada por um advogado presente na audição.

Em outubro de 2012, militantes talibãs entraram no autocarro escolar em que a ativista, então com 14 anos, era transportada e atingiram-na na cabeça devido às suas opiniões sobre a educação das raparigas.

A sentença de prisão perpétua no Paquistão corresponde a 25 anos.

O exército paquistanês anunciou em setembro a detenção de 10 suspeitos que foram rapidamente transferidos para um tribunal antiterrorista local.

As autoridades indicaram na altura, no entanto, que o homem que disparou sobre a adolescente, identificado como Ataullah Khan, se terá refugiado do outro lado da fronteira, no Afeganistão, como acontece com numerosos jihadistas do TTP. O chefe talibã Mullah Fazlullah, que ordenou o ataque à ativista, também terá fugido para o Afeganistão.

A operação de detenção dos suspeitos envolveu o exército, a polícia e os serviços secretos. O porta-voz do exército Assim Bajwa disse que o grupo tinha uma lista de 22 alvos, além de Malala, todos indicados por Fazlullah.

Após o ataque a 9 de outubro de 2012, a adolescente foi levada entre a vida e a morte para um hospital em Birmingham, no Reino Unido, onde recuperou a consciência alguns dias mais tarde e onde continua a viver.

Tendo continuado a defender o direito das raparigas à educação, Malala Yousafzai tornou-se um ícone mundial da luta contra o extremismo e em 2014, aos 17 anos, foi premiada com o Nobel da Paz, a mais jovem laureada da história.

O Paquistão enfrenta uma insurgência islâmica há mais de uma década, na sequência da invasão do Afeganistão por tropas estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos.

/Lusa

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