Prisão perpétua para o assassino de Mireille Knoll, a judia que não acreditava na maldade

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Mireille Knoll, a francesa que não acreditava na maldade humana

Um tribunal francês condenou Yacine Mihoub, de 32 anos, a pena de prisão perpétua pelo assassinato de Mireille Knoll.

Mireille Knoll, de 85 anos, foi esfaqueada 11 vezes e o corpo parcialmente queimado depois de o seu apartamento, em Paris, ter sido incendiado a 23 de março de 2018. O assassinato da judia, que não acreditava na maldade do ser humano, provocou grande comoção na comunidade judaica e em França.

Esta quarta-feira, o tribunal de Paris condenou Yacine Mihoub a prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional durante 22 anos. O segundo arguido, Alex Carrimbacus, foi absolvido de homicídio, mas considerado culpado de roubo por motivos antissemitas, tendo sido condenado a 15 anos de prisão.

O ataque, que começou como um roubo, foi alimentado por “um contexto mais amplo de antissemitismo” e “preconceitos” sobre a suposta riqueza do povo judeu, o que terá levado Mihoub a acreditar que a vítima tinha “tesouros escondidos” na sua casa.

Segundo o The Guardian, a família de Knoll saudou o veredito, considerando-o “justo”.

Durante a II Guerra Mundial, Mireille Knoll tinha conseguido fugir da grande operação conhecida em França como Rafle de Vel d’Hiv, na qual milhares de judeus foram detidos e enviados para os campos de concentração nazi. Depois de fugir com um passaporte brasileiro, refugiou-se em Portugal.

Além de ter provocado grande comoção na comunidade judaica, o assassinato de Knoll causou uma repugnância acrescida, pelo facto de a idosa sofrer de Parkinson, não conseguindo mover-se sem ajuda.

Nos últimos anos, a comunidade judaica francesa – de 500.000 membros, a maior da Europa – foi abalada por uma série de ataques de islamistas radicais, que tiveram como alvo os judeus.

Liliana Malainho, ZAP //

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