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Equipa realiza primeiro transplante de traqueia do mundo. Pode reverter danos causados pela covid-19

Uma equipa de cirurgiões realizou o primeiro transplante de traqueia humana do mundo. A cirurgia foi feita numa mulher com graves danos no órgão, revelou o Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque.

A recetora do transplante de traqueia foi Sonia Sein, uma norte-americana de 56 anos que sofre de asma.

Após um grave ataque de asma há vários anos, Sonia Sein teve de passar por repetidas intubações, o que significa que os médicos inseriram um tubo nas suas vias respiratórias através da boca, causando graves danos à traqueia.

Seguiram-se várias tentativas cirúrgicas para reconstruir a traqueia de Sein, mas estas causaram danos ainda maiores e a mulher passou a respirar por um orifício criado cirurgicamente no seu pescoço, que a colocava num risco extremamente alto de asfixia ou até mesmo de morte.

O procedimento de 18 horas foi realizado em janeiro de 2021. Agora, Sein encontra-se em recuperação e a equipa anunciou a cirurgia como “o primeiro transplante traqueal bem-sucedido”, observando que o avanço pode ser promissor para pessoas com uma variedade de condições – até mesmo em pacientes que sofreram danos durante o internamento por covid-19.

Em declarações à NPR, Sein explica que teve conhecimento de uma equipa de investigadores no Monte Sinai, que trabalhavam através do Programa de Transplante Traqueal, e que abordou o hospital sobre a sua condição. Mas os médicos ainda não estavam prontos para realizar a operação arriscada.

No ano passado, o cirurgião Eric Genden decidiu que estava na altura de tentar.

A traqueia é um tubo cartilaginoso que transporta ar de e para os pulmões, mas a operação não é nada simples. Um dos maiores obstáculos para o procedimento é saber como transportar sangue à traqueia durante e após a operação.

Para superar os desafios, os cirurgiões usaram uma nova abordagem em que ligaram os vasos sanguíneos no esófago do recetor e na glândula tiroide à traqueia do doador, fornecendo fluxo sanguíneo vital.

A cirurgia permitiu que Sein visse a sua traqueostomia removida, respirando apenas pela boca pela primeira vez em seis anos.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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