Os chefes de Estado e de Governo dos 28 países da União Europeia (UE) concordaram repartir entre si 40 mil refugiados da Síria e Eritreia, nos próximos dois anos, mas com base em quotas voluntárias.
Segundo disse em conferência de imprensa o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, os líderes europeus tiveram uma “longa discussão” sobre a estratégia para lidar com os migrantes que tentam chegar à Europa.
O tom subiu mesmo em alguns momentos, nomeadamente aquando da discussão da proposta da Comissão Europeia de quotas obrigatórias, segundo a qual cada país teria de acolher um número previamente definido de migrantes.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, teve mesmo um ataque de cólera com os colegas europeus durante um debate sobre imigrantes, acusando-os de incapacidade para chegar a acordo sobre requerentes de asilo que chegam a Itália.
“Ou vocês estão solidários ou não nos façam perder o nosso tempo”, afirmou Renzi na cimeira de líderes da União Europeia, que decorre em Bruxelas, segundo fontes italianas citadas pela AFP.
A falta de consenso entre os Estados-membros sobre a proposta de impor quotas para distribuir 40 mil requerentes de asilo chegados a Itália e à Grécia irritou o líder italiano, segundo as mesmas fontes.
“Se não houver acordo sobre o número de 40 mil, então vocês não são dignos de se chamar Europa“, lamentou Renzi, citado pelas fontes da AFP.
Mais de 100 mil pessoas entraram clandestinamente na União Europeia desde o início do ano pelo Mediterrâneo ou pela Turquia, segundo a agência europeia Frontex. Mais de 60 mil chegaram a Itália, após uma perigosa travessia do Mediterrâneo.
Além de Itália, também Hungria, Polónia e Grécia se posicionaram do lado das críticas aos países mais reticentes em mostrar solidariedade com aqueles que têm de fazer face à chegada em larga escala de migrantes que atravessam o Mediterrâneo à procura de uma vida melhor na Europa.
Líderes europeus acordam receber 40 mil refugiados mas sem quotas obrigatórias
O método de repartição dos migrantes será agora discutido e decidido em julho pelos Ministros do Interior, anunciou ainda Donald Tusk.
Fonte diplomática indicou que a posição do Governo português é de que deve haver efetivamente solidariedade, mas é necessário negociar a ponderação dos critérios para a atribuição de quotas.
De acordo com a proposta da Comissão Europeia apresentada em maio o número de refugiados a acolher por país é determinado com base no Produto Interno Bruto (PIB), na população total e ainda na taxa de desemprego e nos refugiados.
Por este método, Portugal assumiria 1.701 refugiados ao abrigo do mecanismo de realocação e 704 pessoas pelo mecanismo temporário de reinstalação.
Além dos 40 mil refugiados da Síria e da Eritreia, que a UE irá acolher nos próximos dois anos, serão ainda reinstalados 20 mil refugiados que estão fora da Europa em situações de emergência, sobretudo no norte de África, no Corno de África e no Médio Oriente, no total de 60 mil migrantes ao abrigo dos mecanismos hoje aprovados.
Mais de 100 mil pessoas entraram clandestinamente na União Europeia desde o início do ano pelo Mediterrâneo ou pela Turquia, segundo a agência europeia Frontex.
Esta cimeira durou 12 horas no primeiro dia de reunião – entre as 15:00 de quinta-feira e as 02:00 de sexta-feira (hora de Lisboa) – e será retomada pelas 09:00 da manhã.
/Lusa
E esteve muito bem!
Haja alguém que diga o que tem que ser dito nesta Europa de governantes “adormecidos” e covardes!!!