Uma equipa de cientistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, estudou uma substância chamada plasma quark-gluão e revelou novos detalhes sobre os primeiros momentos do Big Bang.
Há 14 mil milhões de anos, no primeiro microssegundo do Big Bang, o plasma quark-gluão (PQG) era a única matéria que existia no Universo. Esta investigação “conta uma história única de como o plasma evoluiu”, explicou You Zhou, em comunicado.
A substância, que consistia em quarks e gluões, foi separada pela expansão quente do Universo. Depois, os pedaços de quark transformaram-se nos chamados hadrões.
“Um hadrão com três quarks forma um protão, que faz parte dos núcleos atómicos que são, por sua vez, os blocos de construção que constituem a Terra, nós mesmos e o Universo que nos rodeia”, explicou o investigador, citado pelo Interesting Engineering.
A equipa usou o Grande Colisionador de Hadrões, no CERN, para recriar a pequena janela temporal em que todo o Universo ainda era relativamente compacto e concentrado.
Durante o primeiro microssegundo (0,000001 de segundo) do Big Bang, o plasma quark-gluão ainda estava presente, antes de desaparecer na sequência da rápida expansão do Universo, descobriram os cientistas.
Os resultados das simulações mostram que “o plasma quark-gluão costumava ser uma forma líquida fluida e que se diferencia de outras matérias por mudar constantemente de forma ao longo do tempo”, explicou You Zhou, autor do artigo científico publicado na Physics Letters B.
A descoberta de que esta substância era fluida e tinha uma textura lisa semelhante à da água vai contra a crença de que o plasma era uma forma de gás. “Os novos detalhes mostram que o plasma mudou de forma ao longo do tempo, o que é bastante surpreendente.”
O Big Bang é a principal teoria sobre a origem cosmológica. O Universo começou com uma enorme explosão, que concentrava toda a matéria existente, há cerca de 14 mil milhões de anos. Ao longo do tempo, terá passado por diversas fases de arrefecimento, reaquecimento e expansão, até tomar a forma atual.
Se aceitarmos a teoria do Big Bang, torna-se demasiado óbvio que ocorreu a explosão do buraco negro universal que é tudo o que existe agora disseminado no espaço-tempo. É curioso o plasma ser uma mistura de quarks com partículas mensageiras portadoras de força nuclear forte. Quando tudo esteve comprimido com a máxima força possível, a matéria devia estar reduzida a partículas verdadeiramente elementares, ou seja, os quarks têm forçosamente de ter estrutura interna, são compostos por outras partículas, essas sim as verdadeiramente elementares ou sem estrutura interna. Talvez jamais sejam detetadas ou descobertas, pois as condições para o fazer só seria possível numa situação de singularidade, e nós não podemos entrar nela.