Depois de perder um olho, quando deu um tiro a si próprio, em criança, o realizador de documentários canadiano, Rob Spence, criou uma prótese ocular que funciona como câmara de vídeo.
Há previsões que indicam que, daqui a 200 anos, os humanos serão ciborgues, mas isso poderá até vir a acontecer mais cedo do que isso. E o “Eyeborg”, como se auto-apelida o canadiano Rob Spence, não é exactamente um ciborgue, mas é já uma espécie de antecipação do que pode vir a caminho.
Rob Spence, que deu um tiro no próprio olho quando tinha 9 anos de idade, com a caçadeira do avô, ficou cego do olho direito, mas manteve-o ao longo de vários anos. Até que, finalmente, em 2007, teve que o remover cirurgicamente.
O cineasta de documentários procurou então preencher o espaço do seu olho incapacitado com algo mais interessante do que um simples olho postiço. Foi assim que nasceu o Projecto Eyeborg e a criação deste “olho-câmara” inédito.
Estamos a falar de uma câmara sem fios que fica colocada atrás de uma prótese ocular e que Rob Spence utiliza para filmar o que o seu olho não vê.
Durante um documentário que lhe foi encomendado pela marca de vídeo-jogos japonesa Square Enix, sobre “ciborgues da vida real”, Spence recorreu ao artefacto para registar algumas das imagens do filme.
A “câmara-olho” de Rob Spence não tem qualquer ligação ao cérebro ou ao nervo óptico e pode registar cerca de 30 minutos de filmagem, antes de precisar de ser recarregada. Está apetrechada com uma luz LED vermelha para que as pessoas percebam que estão a ser filmadas.
O engenho foi idealizado pelo cineasta em parceria com vários especialistas, conforme explica no site do Projecto Eyeborg.
Primeiro entrou em jogo o oculista Phil Bowen que começou por desenhar uma prótese ocular que pudesse acolher componentes electrónicos.
A seguir, o engenheiro informático e designer Kosta Grammatis criou o “olho-câmara” que inclui um micro-transmissor, uma pequena bateria, uma câmara miniatura e um interruptor magnético para ligar e desligar o mecanismo.
Finalmente, com a ajuda do engenheiro eléctrico Martin Ling, o aparelho ficou apetrechado com uma pequena placa de circuito que permite enviar todos os dados da câmara para um ecrã, como uma televisão, por exemplo, através de um sinal analógico.
O próximo passo do realizador é idealizar um “olho-câmara” que pareça mesmo um olho verdadeiro.