Primeira-ministra da Estónia colocada na lista de “procurados” da Rússia

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EU2017EE Estonian Presidency / Wikimedia

Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia

Acusações criminais inéditas estão, ao que tudo indica, relacionadas com a destruição de monumentos da era soviética. Kaja Kallas tem sido uma firme defensora da autodefesa da Ucrânia contra a invasão russa.

A Rússia declarou a primeira-ministra estoniana Kaja Kallas como uma pessoa “procurada” na terça-feira. O website do ministério do interior da Rússia incluiu Kallas numa base de dados como “procurada ao abrigo do código penal”.

O Secretário de Estado da Estónia, Taimar Peterkop e o Ministro da Cultura da Lituânia, Simonas Kairys, também foram inseridos na lista de procurados, naquela que é a primeira vez que a Rússia instaura um processo criminal contra o líder de um governo estrangeiro.

A medida inédita aparenta ser mais uma tentativa de pressão exercida por Moscovo sobre os aliados da NATO.

Embora os três políticos bálticos enfrentem pena de prisão se entrarem na Rússia, em termos práticos, o contacto está congelado desde a invasão em grande escala da Ucrânia por Vladimir Putin.

As acusações

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse mais tarde que Kallas e os outros legisladores bálticos tinham sido colocados na lista de procurados por ações hostis contra a Rússia e a “profanação da memória histórica“.

“Estas são pessoas que tomam ações hostis contra a memória histórica e o nosso país”, disse Peskov aos jornalistas.

Uma fonte de segurança russa, falando sob condição de anonimato, disse à agência de notícias estatal russa TASS que os três estão a ser processados por “destruir monumentos de soldados soviéticos” na Segunda Guerra Mundial.

Em 2022, Kallas apelou ao desmantelamento de 200 a 400 monumentos da era soviética na Estónia para evitar que “mobilizassem mais hostilidade na sociedade e reabrissem velhas feridas”, disse o governo na altura, citado pela revista Time.

A líder de 46 anos tem sido uma grande apoiante da Ucrânia desde a invasão em larga escala da Rússia, em fevereiro de 2022. Desde então que é uma das vozes mais fortes na União Europeia e na NATO a favor de fornecer mais armas à Ucrânia.

“Acreditamos na Ucrânia, um país com democracia liberal e uma economia de mercado livre e que se tornará membro da União Europeia e da NATO”, disse Kallas no mês passado, em encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.

“Quanto mais forte for a Ucrânia, mais rápido chegará o ponto de viragem para a Rússia”, acrescentou.

ZAP // DW

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