Hospitais vão continuar entupidos. Tempo de espera volta a passar as 18 horas

Mário Cruz / Lusa

O pico da Gripe A – que tem entupido hospitais em todo o país, nos últimos dias – só deverá acontecer na segunda semana de janeiro. Esta quarta-feira, a média de espera para doentes urgentes voltou a passar as 18 horas, na região de Lisboa. Apesar de tudo, o ministro da Saúde Manuel Pizarro rejeita alarmismos.

Os tempos médios de espera para doentes urgentes nos hospitais da região de Lisboa variavam às 07h30 desta terça-feira entre as mais de 18 horas, no Beatriz Ângelo, em Loures, e uma hora no Garcia de Orta, em Almada.

De acordo com os dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde, consultados pela agência Lusa, 38 doentes com pulseira amarela (urgente) encontravam-se, àquela hora, no serviço de urgência geral do hospital Beatriz Ângelo com um tempo médio de espera de 18 horas e 21 minutos, enquanto o tempo recomendado é de 60 minutos.

No serviço de urgência geral do hospital de Santa Maria, que pertence ao Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, o tempo médio de espera era de 11 horas e 28 minutos (39 pessoas).

No hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), o tempo médio de espera era de nove horas e 55 minutos, estando àquela hora 44 pessoas com pulseira amarela no serviço de urgência central.

No hospital São Francisco Xavier (Lisboa), o tempo de espera era de três horas. Já no São José (também na capital) a espera era de uma hora e 18 minutos.

Na região do Porto, segundo a informação consultada pela Lusa, no Hospital de Santo António o tempo de espera para doentes urgentes era de oito horas e 20 minutos.

No Hospital São João, o tempo médio de espera era de uma hora e 38 minutos para doentes urgentes, enquanto no Pedro Hispano, em Matosinhos, o tempo de espera para doentes urgentes era de três horas e 32 minutos.

No Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, estavam à espera na urgência polivalente 16 pessoas com pulseira amarela, com tempo de espera de duas horas e 22 minutos.

De acordo com o último Boletim de Vigilância Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge, o vírus da Gripe A é responsável por 96% das entrada nos serviços de saúde.

Esta quinta-feira, o diretor-geral das Urgências Gerais do Hospital de Santa Maria, João Gouveia, disse que não era possível precisar quando chegaria o pico, mas revelou que as previsões apontam para a segunda semana de janeiro.

Pizarro não quer alarmismos

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, estima que a situação relativa aos tempos de espera nos hospitais, sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo, abrande apenas na primeira semana de janeiro.

“Espero que isto se comece a atenuar na primeira semana de janeiro, mas isto é algo que temos que ir avaliando no dia-a-dia“, disse Manuel Pizarro, esta quarta-feira, na Casa da Música, no Porto, à margem da entrega das Distinções de Mérito Ricardo Jorge.

De acordo com o governante, “habitualmente, estas agudizações das infeções respiratórias ocorrem por períodos de duas/três semanas“, estando já monitorizado “desde meados de dezembro, paulatinamente, um agravamento da situação no que diz respeito aos adultos”, depois de um pico nas crianças registado em novembro.

Para o ministro, a contribuir para os picos de atendimento – que tinha levado, nesse dia, por exemplo, a um tempo máximo de espera de 18 horas no hospital Amadora-Sintra – “não é alheio o facto de Lisboa e Vale do Tejo ser a região do país onde temos mais dificuldade com médicos de família”.

Manuel Pizarro apelou às pessoas que, antes de se dirigirem a um hospital, usem todos os meios prévios ao seu alcance, incluindo o recurso aos centros de saúde e a linha SNS 24.

Manuel Pizarro rejeitou “um discurso alarmista” quanto à situação nas urgências.

“Nós temos dificuldades. Essas dificuldades são habituais nesta época, o que não as torna mais aceitáveis, mas são habituais, e vamos vencer essas dificuldades, como sempre, com um grande esforço, com a rede do Serviço Nacional de Saúde”, anteviu.

ZAP // Lusa

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