Os funcionários estavam a fazer uma limpeza com uma roçadora com discos metálicos, algo proibido durante os alertas a Proteção Civil devido ao risco de criar faíscas.
O presidente da Junta de Freguesia de Campo, em Valongo, Alfredo Sousa, e dois funcionários da autarquia foram constituídos arguidos esta segunda-feira, em conexão com um incêndio que deflagrou na freguesia. A suspeita é de que o fogo tenha sido provocado pela utilização inadequada de maquinaria durante uma operação de limpeza.
Segundo informações obtidas pelo JN, os dois funcionários são acusados de terem utilizado roçadoras com discos metálicos, um equipamento proibido em situações de alerta vermelho ou risco elevado de incêndio, conforme as normas da Proteção Civil, devido ao elevado risco de gerar faíscas.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) foi chamada ao local após a ignição do fogo e procedeu à constituição dos trabalhadores como arguidos. O inquérito foi transferido para a Polícia Judiciária do Porto, que investiga crimes desta natureza.
Alfredo Sousa também foi constituído arguido, tendo comparecido para interrogatório nas instalações da PJ juntamente com os seus funcionários. Todos foram ouvidos e saíram em liberdade, sendo agora suspeitos de crimes de incêndio negligente ou com dolo eventual.
Em declarações ao JN, Alfredo Sousa admite que um dos trabalhadores colocou “inadvertidamente” um disco metálico na máquina, quando deveria ter utilizado um fio.
Apesar disso, o autarca duvida que o fogo tenha sido provocado pela operação de limpeza, frisando que não deu qualquer ordem para o uso de discos metálicos. “Fui constituído arguido por inerência do cargo. Não tive qualquer ação direta nas limpezas”, afirmou Sousa.
O incêndio teve consequências significativas, levando ao corte total da linha ferroviária da CP, próximo ao meio-dia. A circulação de comboios foi parcialmente restabelecida por volta das 13h30, após a abertura de uma das vias. A investigação ainda está em curso, com o objetivo de apurar as causas exatas do incidente.
Esperemos que também seja possível capturar a faísca que deu origem a esta ignição tendo em conta a «…conexão com um incêndio que deflagrou na freguesia…», provavelmente neste momento encontra-se em fuga, mas será determinante a sua captura para saber se a mesma – ou outra faísca – tem ou não responsabilidade neste incêndio.