O presidente executivo do Credit Suisse, Tidjane Thiam, foi afastado na quinta-feira durante uma reunião do conselho de administração da empresa. A saída surge na sequência de um escândalo relacionado com espionagem empresarial.
“Acordei com o conselho de administração que vou apresentar a minha demissão das minhas funções como presidente executivo”, declarou esta sexta-feira Thiam, referido pelo Expresso, que cita o Guardian.
O Credit Suisse confirmou que a demissão, indicando que Thiam deixará a empresa após a apresentação de resultados na próxima semana, sendo substituído pelo diretor do negócio do Credit Suisse na Suíça, Thomas Gottstein.
Esta saída vem na seguimento de um escândalo relacionado com espionagem empresarial. Tudo começou em setembro de 2019, quando o antigo diretor de gestão de fundos internacionais Iqbal Khan, que tinha deixado a empresa, percebeu que estava a ser seguido por um investigador em Zurique.
A empresa contratou um escritório de advogados para averiguar, concluindo que a vigilância teria sido ordenada pelo diretor de operações, que se demitiu. Não foram encontradas provas de que Thiam tivesse conhecimento da espionagem.
Houve um segundo caso de vigilância a um executivo, divulgado por um jornal suíço, com o Credit Suisse novamente a afirmar que o presidente executivo não tinha conhecimento. Apesar disso, o conselho de administração ficou sob pressão e acabou por chegar a acordo sobre a saída de Thiam esta quinta-feira.
O presidente do banco, Urs Rohner, agradeceu o trabalho de Thiam. “Sob a liderança de Tidjane, o Credit Suisse readaptou a sua estratégia, recuperou o capital, reduziu os custos, tirou o risco ao negócio, promoveu a diversidade e apostou num nível excecional de cooperação entre vários departamentos”.
Thiam, por sua vez, reafirmou: “Não tinha conhecimento da vigilância a dois antigos colegas. Sem dúvida que isso prejudicou o Credit Suisse e provocou ansiedade e danos. Lamento o que aconteceu, nunca deveria ter ocorrido”.