Presidente checo sugere referendo sobre União Europeia e NATO

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David Sedlecký / Wikimedia

Miloš Zeman, Presidente da República Checa

Miloš Zeman, Presidente da República Checa

O Presidente checo, Miloš Zeman, apelou a um referendo sobre a permanência do país na União Europeia e na NATO, apenas uma semana após o Reino Unido ter votado a saída da UE.

De acordo com a rádio pública, o chefe de Estado da República checa, associado a diversas declarações polémicas e a uma feroz retórica anti-imigração, defendeu esta posição durante um encontro com eleitores na noite de quinta-feira numa pequena cidade.

Zeman insistiu que votaria contra uma separação do clube europeu, mas defendeu a consulta em nome da “liberdade de expressão“.

“Não estou de acordo com os que são a favor da saída da UE, mas farei o meu melhor para que se realize um referendo, para que eles se possam exprimir. A mesma coisa é válida para a saída da NATO”, reivindicou o chefe de Estado.

A República Checa aderiu à NATO em 1999 e à UE em 2004. O primeiro-ministro Bohuslav Sobotka já reagiu e em comunicado diz não ter intenções de convocar qualquer referendo.

O país não tem lei sobre o referendo e o presidente checo não tem poder para convocar o plebiscito; para isso, seria necessário uma emenda à Constituição. No entanto, o parlamento começou a discutir em março um projeto-lei que admite a convocação desta consulta, e que necessitará do apoio de 120 dos 200 deputados para ser aprovada.

O texto prevê a possibilidade de organizar um referendo caso seja solicitado por pelo menos 250 mil cidadãos, num país com 10,5 milhões de habitantes.

Uma sondagem divulgada em junho pela agência Median indicou que 49% dos inquiridos defendem a permanência da República Checa na UE, enquanto 34% referiram que votariam pela saída.

Em abril, a satisfação com a adesão à União Europeia tinha diminuído para 25%, abaixo dos 32% registados no ano passado.

/Lusa

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