Prejuízo da TAP atinge recorde: 1.600 milhões de euros

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No encerramento de 2021, a TAP – Transportes Aéreos Portugueses atingiu um prejuízo recorde no valor de 1599,1 milhões de euros.

A companhia aérea encerrou o último ano com prejuízos de 1.599,1 milhões de euros, um valor recorde que supera os 1.230 milhões negativos registados em 2020, noticia o Público esta segunda-feira.

O comunicado divulgado pela TAP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários refere que o resultado líquido foi penalizado pelo encerramento das operações de manutenção no Brasil, no quarto trimestre, e pelo impacto do plano de reestruturação, que penalizou em 1024,9 milhões de euros as contas da companhia aérea.

A empresa também salienta o impacto negativo das diferenças cambiais, no valor de 175,5 milhões de euros, motivado pela queda do euro face ao dólar e pela descida do real face ao euro.

Já as operações de cobertura de jet fuel (jet fuel hedging) tiveram um impacto positivo de 8,7 milhões de euros. “O resultado líquido ajustado de itens não recorrentes (incluindo ajustes fiscais) seria de 760,14 milhões negativos (um aumento de 363,3 milhões face a 2020), sendo apenas 31% deste prejuízo imputável ao segundo semestre de 2021”, acrescenta.

Apesar destes resultados, as receitas operacionais aumentaram 31% face a 2020 para 1.388,5 milhões de euros, um crescimento sustentado pelo aumento das receitas de passageiros (218,8 milhões de euros) e pelo crescimento das receitas de carga e correio (110,5 milhões de euros).

Além disso, houve uma recuperação dos passageiros “à medida que mais mercados reabriram e os níveis de vacinação progrediram a nível mundial”, tendo o número crescido 25,1%, para 5,83 milhões de euros, segundo adianta o comunicado.

“Do mesmo modo, a procura (medida em RPK) aumentou 25,6%, apesar de ser ainda 35,5% dos níveis de 2019”, lê-se na nota, que refere que “também as receitas de passageiros da TAP aumentaram 25,8% em 2021, acima do crescimento global das receitas de passageiros previsto pela indústria de 20,1% (de acordo com a IATA)”.

Já em relação aos custos operacionais, a TAP diz que recuaram ligeiramente para 1866,5 milhões em 2021, um reflexo das “medidas de reestruturação implementadas, nomeadamente os custos com pessoal (-11%), os custos de manutenção de aeronaves (-20,5%) e os custos dos materiais consumidos (-25%)”.

No que diz respeito à liquidez, 2021 foi “igualmente desafiante”, “pelo que a TAP continuou a concentrar-se nas suas medidas de proteção de liquidez”, com destaque para os aumentos de capital de maio e dezembro de 462 milhões e 536 milhões, respetivamente.

Os aumentos de capital permitiram à TAP fechar 2021 com 812,6 milhões de euros em caixa, mais 57% do que no arranque do ano.

Liliana Malainho, ZAP //

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