O que significam os postes azuis, vermelhos e brancos nas barbearias?

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A história destes postes remonta à Idade Média, quando os barbeiros também faziam procedimentos médicos.

Já alguma vez reparou que quase todas as barbearias têm um poste às riscas vermelhas, azuis e brancas na sua entrada?

Estes postes são mais do que um símbolo de cortes de cabelo e barbas. O seu design está enraizado numa era passada em que os barbeiros também realizavam procedimentos médicos, incluindo sangrias, uma prática antiga em que o sangue era retirado de um paciente para tratar várias doenças.

Na Idade Média, a sangria era considerada um tratamento comum para doenças que iam da dor de garganta à peste. Inicialmente, eram os monges que realizavam este procedimento, mas em 1163, o Papa Alexandre III proibiu os clérigos de o efetuarem.

Os barbeiros, hábeis na utilização de ferramentas afiadas, assumiram a responsabilidade.

Conhecidos como barbeiros-cirurgiões, começaram também a realizar outras tarefas médicas, como arrancar dentes, fixar ossos e tratar feridas. Ambroise Paré, uma figura pioneira da cirurgia moderna, começou a sua carreira como barbeiro-cirurgião, explica o History.

O desenho da vara de barbeiro está diretamente relacionado com o procedimento de sangria. A faixa vermelha simboliza o sangue, enquanto o branco representa as ligaduras utilizadas para estancar a hemorragia.

Acredita-se que o próprio bastão simboliza a vara que os pacientes seguravam durante o procedimento para tornar as suas veias mais proeminentes.

Na Europa, as varas de barbeiro apresentam tradicionalmente apenas riscas vermelhas e brancas, mas nos Estados Unidos foi acrescentada uma risca azul. Alguns sugerem que o azul representa as veias, enquanto outros acreditam que foi uma homenagem à bandeira americana, acrescentando um elemento patriótico.

Em meados do século XV, os barbeiros ingleses já não podiam efetuar tratamentos cirúrgicos, embora pudessem continuar a extrair dentes. Apesar disso, os barbeiros e os cirurgiões continuaram a fazer parte da mesma associação profissional até 1745.

Com o tempo, a sangria tornou-se menos comum nas práticas médicas, embora ainda hoje seja utilizada em casos raros para tratar doenças específicas.

ZAP //

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