Há mais portugueses inactivos do que com emprego

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Paulo Novais / Lusa

Por cada 100 pessoas que estão a trabalhar em Portugal, há quase 107 que nem trabalham nem estão inscritas como desempregadas.

Portugal continua a ter mais pessoas inactivas do que pessoas com emprego, de acordo com os números oficiais.

Recorde-se que uma pessoa inactiva é quem não tem um emprego, mas também não está inscrita como desempregada no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que em 2021 havia 106,6 pessoas inactivas por cada 100 pessoas empregadas.

Um total de 5.1 milhões de inactivos, perante 4.8 milhões de pessoas empregadas – aqui são 55,3% da população residente em idade activa, um aumento em relação há dois anos (53,8%).

No entanto, estes números dos Anuários Estatísticos Regionais revelam que já houve mais pessoas nessa situação: em 2020 havia 112,2 inactivos por cada 100 empregados, recorda o jornal Correio da Manhã.

É no Alentejo que há maior taxa de população inactiva: 111,7 por 100 empregados; à frente de Açores e Lisboa (111,5) e Centro (107,9).

Norte (101,2), Algarve (105,1)  Madeira (104,9) são as regiões com números mais baixos – e todos acima da média nacional.

Emprego e habitação

Em relação aos números do emprego, a taxa de desemprego – média nacional de 6,6% – mais elevada verificou-se no Algarve (8,2%) e na Madeira (7,9%). O Centro (5,8%) registou a região com taxa de desemprego mais baixa.

Outros números mostram que, sobre a habitação, o preço mediano de alojamentos familiares foi de 1.297 euros por metro quadrado (mais 9,0% comparando com 2020).

No Algarve, a zona mais cara, cada metro quadrado custa 2.000 euros. Mas, nos concelhos, a capital Lisboa tem o valor mais elevado: 3.531 euros por metro quadrado.

Escola e estrangeiros

Na educação, 91,7% dos alunos conseguiram transição/conclusão no ensino secundário. Há 10 anos que se verifica uma melhoria contínua neste número.

As regiões com mais alunos a passar de ano, ou a completar o 12.º ano, são Norte (94,3%) e Centro (91,8%), enquanto Açores (87,2), Algarve (88,7%) e Lisboa (88,9%) têm mais alunos a reprovar.

Os cursos científico-humanísticos apresentam taxas mais elevadas do que nos cursos tecnológicos e profissionais, em todo o país.

No ensino superior, cerca de 81% dos alunos frequentem o ensino público – um aumento de 5,2%

39,6% dos estrangeiros que vivem em Portugal têm o ensino secundário ou pós-secundário (entre os portugueses a taxa é mais baixa, de 30,8%) – mas um em cada quatro estrangeiros tem uma profissão não qualificada. Há 69.965 jovens estrangeiros a estudar em Portugal.

Como já se sabia, 5,2% da população portuguesa é de nacionalidade estrangeira. Mas há concelhos em que essa percentagem é bem maior. Todos no Algarve: Vila do Bispo (41,2%), Albufeira (37,1%) e Lagos (35%).

ZAP //

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21 Comments

  1. Portugal tem um grave problema, elevado desemprego, provocado desde 2011 até à presente data pelas más políticas praticadas pelo Governo do ex-Primeiro-Ministro Pedro Coelho, que iniciaram a destruição do trabalho e a economia Nacionais e continuam a ter seguimento pelos Governos do Sr.º Primeiro-Ministro António Costa.
    Junte-se a isto o facto das empresas em Portugal viverem todas ou quase todas à custa do dinheiro do Estado, empregam familiares e amigos, não geram postos de trabalho, funcionam mal, são mal geridas, e prestam mau serviço.
    Em Portugal negam o direito ao trabalho – devidamente consagrado na Constituição – ao Português, onde quem quiser trabalhar só o consegue fazer por cunha.

    • “Portugal negam o direito ao trabalho – devidamente consagrado na Constituição – ao Português, onde quem quiser trabalhar só o consegue fazer por cunha.”

      O Figueiredo não estará a fazer confusão entre trabalho pago e emprego remunerado para não sair de casa?

      Pergunto, porque eu nunca tive problemas em arranjar trabalho para poder pagar as contas, e a cada trabalho que fui arranjando fui melhorando a vida.
      Faz agora 3 anos estava com noites sem dormir a preparar os últimos detalhes de uma decisão que parecia louca em 2020, abrir uma empresa.
      No proximo mes a empresa faz 3 anos de existência e conta com 2 empregados, dos quais eu não faço parte e este ano a empresa completa mais um ano com lucros declarados e com sucesso.

      Por certo, eu decidi não trabalhar na empresa, faço apenas parte das decisões mas arranjei trabalho noutro lado e a minha esposa lidera a empresa.

      Se eu optasse por ficar em casa à espera de um emprego que se ajustasse ao meu CV ai sim poderia concordar consigo mas levei anos ate conseguir entrar na area que gostava e fazer um nome que hoje me abre portas. mas nunca fiquei um mês sem salário nem nunca recebi um dia sequer de subsidio de desemprego (em 29 no activo laboral).
      Baixas tive um total de 2 semanas por cirurgia e posso contar com os dedos as faltas que tive de dar.

      Como vê, não consigo concordar consigo em desculpas de mau pagador para aqueles que acham um direito que tudo lhes seja dado sem esforço ou mérito. Tirem o dito do sofá e procurem trabalho, depois tratem de buscar um emprego que se ajuste ao que pretendem, mas por enquanto podem pagar contas.
      Se não gostam dos patrões, criem uma empresa, invistam o seu próprio capital e tempo, essencialmente o seu tempo. É bem mais compensador do que ficar com os amigos a choram de tão maus que são aqueles capitalistas que os exploram o fruto do seu trabalho e que ficam com o lucro do seu esforço por um salário a tempo e horas na sua conta.

      E por certo, deixem de culpar o Pedro Coelho, já houve tempo de inverter o que quer que ele tenha feito, houve tempo e dinheiro!!!

      • Perfeito o seu comentário. Eu trabalho como camionista internacional, auferindo até salário apreciável, devido ao esforço que tal profissão implica. Mas acaba por ser gratificante prq viver sem salario é pior do que viver em estado de escravatura. Vizinhos que me imploraram e os ajudei a entrarem na minha empresa, foram dezenas. No entanto, assim que recebem o primeiro salário vão aos restaurantes e as lojas de telemoveis e, de seguida, desitem, alegando motivos pouco justificáveis. Ora dizem que não festejaram o aniversário com o filho, ora vem aí a Páscoa e trabalhar sem uma amêndoa na boca é desumano etc. Ora metem baixas na véspera de Natal , no Fim de Ano, no Carnaval. E claro, por consequência, dos seus maus procedimentos, vêm as dívidas, as frustrações e um conjunto de críticas sobre o Estado que, na sua ótica, lhes colocou no desemprego por incompetência governamental. No entanto, eu tenho a casa paga, nada devo a alguém prq vivo dentro do meu esforço que está associado a realidade do meu trabalho e da minha competência profissional. Quanta genta há, desempregada, prq não se esforça em fazer o mínimo que os dignifique como pais e chefes de família? Há falta de trabalho… mas grande parte dos desempregados hummmm têm falta de vontade de trabalhar?

    • Oh Figueiredo deves estar a precisar de óculos. Quem destruiu Portugal foi o teu amigo Sócrates, Ao Passos Coelho saiu-lhe a fava de ter que governar o país hipotecado à Troika. Eu nunca de me esquecerei disso. Xuxas a governar é só miséria. Três bancarrotas, um pântano e agora a enorme pobreza.

  2. A culpa é dos RSI – Rendimento Social de Inserção, pois se este fosse de apenas 12 meses sem possibilidade de renovação, mesmo que se mantivessem as condições, eles, nesses 12 meses tinham de procurar ocupação, assim …. E se não encontrassem, não falta o que fazer na sociedade, é só trocar o sofá e o café e, se não for mais cultivas os terrenos que estão abandonados, improdutivos como eles. Passamos dum país produtivo para um país inútil.

    • O RSI devia ser aquilo que o nome indica, um subsídio temporário de reintegração. Os políticos transformaram isso num subsídio de desemprego vitalício, que nos meios mais pequenos se pagam com uns votos. É vergonhoso, mas não sei se será tão vergonhoso como a situação nos municípios… aqui os empregos são bem pagos para não se fazer nada nem incomodar ninguém!

      • Pois, só que esse RSI veio para ficar e durar e essas pessoas enquanto tiverem todas as mordomias de coitadinhas, não vão procurar trabalho, algumas ainda gozam e dizem que para ganhar o SM ficam em casa no bem bom a tomar conta dos filhos.
        Também não há nenhum governante capaz de pôr termo a esta mama, porque vendo bem é uma discriminação enquanto uns trabalham, levam os filhos às cresches todos os dias, pagam os seus impostos e não têm qualquer ajuda, os outros gozam os RSI no café.
        Isto também é o resultado de um dia destes metade da população ativa está a receber o SM, onde querem que vá parar a produtividade?
        Estar a trabalhar há 10anos ou entrar de novo o salário é igual; o minimo!!!!

  3. Este país não é para novos nem para velhos! Só serve para políticos, afilhados, afilhoses, funcionários públicos e afins! Como dizia o outro: imigrem! é a única forma de terem uma vida com alguma qualidade!

    • Verdadeira verdade!
      Foi o que eu fiz em 2013 enquanto técnico num município (empregado do estado) e só me arrependo de não o ter feito mais cedo.
      Foi a melhor coisa que eu fiz pelos meus filhos…

  4. São esses 5M de “inactivos” que elegeram este governo. E continuam a apoiar. Mal sabem que estão a ser f… a inteligência não dá para mais. Enquanto isto não de o estouro, novamente, não vejo saída.

  5. a inatividade chama-se subsidio-dependência…

    Certamente se houvesse fiscalização constatavam que muitos dos inativos estão a trabalhar mas de forma ilegal seja por sua vontade seja por vontade de muitas entidades patronais.
    Com isto para além de receberem subsidios como rendimentos minimos, recebem ajudas várias como é o caso de ajuda ou até habitação social, cabazes alimentares, etc… e depois ficam isentos de taxas moderadoras, de pagamento de proprinas dos filhos e das senhas de alimentação, recebem subsidios escolares, etc… etc…
    a juntar a tudo isto recebem um salário muitas vezes igual ou superior a um trabalhador legal…

  6. Pois, só que esse RSI veio para ficar e durar e essas pessoas enquanto tiverem todas as mordomias de coitadinhas, não vão procurar trabalho, algumas ainda gozam e dizem que para ganhar o SM ficam em casa no bem bom a tomar conta dos filhos.
    Também não há nenhum governante capaz de pôr termo a esta mama, porque vendo bem é uma discriminação enquanto uns trabalham, levam os filhos às cresches todos os dias, pagam os seus impostos e não têm qualquer ajuda, os outros gozam os RSI no café.
    Isto também é o resultado de um dia destes metade da população ativa está a receber o SM, onde querem que vá parar a produtividade?
    Estar a trabalhar há 10anos ou entrar de novo o salário é igual; o minimo!!!!

  7. Srs do ZAP,
    A notícia conforme está redigida parece induzir em erro alguns mais desatentos.
    Quando afirmam que “Por cada 100 pessoas que estão a trabalhar em Portugal, há quase 107 que nem trabalham nem estão inscritas como desempregadas” querem significar que os reformados também deviam estar a trabalhar?
    Claro, depois dá origem a comentários como alguns que por aquí grassam e que só revelam pura ignorância.
    Convinha que dissessem dos tais 5,1 milhões quantos são reformados?
    Talvez os que qualificam como ” nem trabalham nem estão inscritos no desemprego ” fossem em um número mais conforme com a realidade.
    Assim, parece que há 5,1 milhões de portugueses que são ” calaceiros”.
    Claro que alguns que aqui comentam, que nem sabem qual é a nossa população, ficam alarmados a pensar que há 5,1 milhões a viver ( mamar como lhe chamam!) do RSI.
    Apurem lá e digam quantas pessoas vivem do RSI e quanto se paga em média a um beneficiário do RSI.
    Talvez alguns dos comentários fossem evitados.

  8. Quem é que lhe meteu esse chip na cabeça?
    Por acaso já contabilizou a quantidade de “mal empregados” que decorrem do disparate que é a nossa constituição?
    Já alguma vez viu uma empresa com mais administradores que administrados?
    Lembra-se porque é que o Sr. Coelho consrguiu chegar a primeiro-ministro?

  9. O problema dos portugueses é que usam pouco a cabeça.
    Vejamos. Refere a notícia: “Um total de 5.1 milhões de inactivos, perante 4.8 milhões de pessoas empregadas…”

    Segundo o INE, inativo é o Indivíduo que, independentemente da sua idade, no período de referência não podia ser considerado economicamente ativo, isto é, não estava empregado, nem desempregado. Logo, jovens e reformados são, em princípio, inativos. Só aqui estarão 4.2 milhões.
    Fazendo as contas. A nossa população tem ligeiramente mais de 10 milhões de habitantes. Temos pouco mais de 1,8 milhões de jovens até aos 18 anos e 2,4 milhões de pessoas em idade de reforma. Logo, entre jovens e reformados teremos 4,2 milhões de portugueses. E ainda teremos de considerar mais pessoas até aos 24/25 anos em estudos superiores.
    A população ativa em Portugal é de 5,1 milhões sendo que destes 4,8 milhões estão empregados e 300 mil desempregados.
    Assim, parece-me que muitos comentadores estão a disparar ao lado. Não compreendem a realidade do país.

  10. “39,6% dos estrangeiros que vivem em Portugal têm o ensino secundário ou pós-secundário (entre os portugueses a taxa é mais baixa, de 30,8%) ” Não percebi…. 30% dos portugueses tem o ensino secundário e os estrangeiros nesta condição são 40% ? Paquistão, Bangladesh, India, Brasil, Angola… É só licenciados a apanhar morangos, conduzir tuk tuks ou a limpar casas..

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