Portugueses no Estado Islâmico. Adiado julgamento dos 8 homens acusados de terrorismo

(dr) Dabiq Magazine

O julgamento dos oito portugueses suspeitos de pertencerem à organização terrorista Estado Islâmico começava esta terça-feira no Tribunal Criminal de Lisboa, mas foi adiado para 15 de setembro. Só um deles, Rómulo Costa, se encontra, desde junho de 2019, preso em Portugal.

O julgamento da célula portuguesa de Leytom, cuja primeira sessão ia realizar-se esta terça-feira no Tribunal Judicial de Lisboa, no Campus da Justiça, em Lisboa, foi adiado para 15 de setembro. O juiz Francisco Coimbra mudou a data depois de uma contestação da advogada de um dos oito suspeitos, Cassimo Ture, de 45 anos.

Rómulo Costa, que terá ajudado dois dos “irmãos” a chegar à Turquia para posteriormente se juntarem ao Estado Islâmico, está detido na cadeia de Monsanto e será o único presente no julgamento por crimes de terrorismo. Um dos outros suspeitos está no Reino Unido, e os restantes em paradeiro desconhecido, segundo o despacho de pronúncia que levou os arguidos a julgamento.

Em causa estão os crimes de recrutamento, adesão e apoio à organização terrorista Estado Islâmico e financiamento do terrorismo. O processo agora em julgamento decorre de uma investigação resultante da cooperação judiciária entre as autoridades portuguesas e britânicas.

Rómulo Costa nega as acusações de terrorismo, admitindo apenas que falou com os guerrilheiros por telefone para apurar se estavam bem e saber informações sobre outros familiares a viver em campos de refugiados. Estes argumentos não convenceram o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, que enviou o caso para julgamento.

A acusação entende que todos os arguidos uniram esforços, recrutaram e financiaram de modo próprio o Estado Islâmico, apoiando a ida de cidadãos portugueses e britânicos para a Síria para combaterem ao lado dos jihadistas.

Segundo o Ministério Público, durante os seis anos da investigação – que foi iniciada em 2013 – “foi possível descrever e reconstruir, do ponto de vista criminal, mas também histórico e sociológico, a radicalização organizada desse grupo de cidadãos portugueses e a sua deslocalização para a Síria, com as suas mulheres e filhos, para integrarem as fileiras do Estado Islâmico e cumprirem a “jihad”.

Além de Rómulo Costa, são arguidos Nero Saraiva, Sadjo Turé, Edgar da Costa, Cleso da Costa, Fábio Poças e Sandro Marques  – todos eles em paradeiro desconhecido –  e Cassimo Turé, que se encontra no Reino Unido.

ZAP // Lusa

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