Português vítima do ataque de Westminster quer indemnização

Andy Rain / EPA

Polícia britânico em vigilância a Whitehall após o atentado terrorista junto ao parlamento britânico, em Londres

Polícia britânico em vigilância a Whitehall após o atentado terrorista junto ao parlamento britânico, em Londres

Um português que foi ferido durante o ataque terrorista de 22 de março em Londres quer ser indemnizado pela seguradora do carro de aluguer usado por Khalid Masood, noticia a imprensa britânica.

O português Francisco Lopes, de 26 anos, alega ter ficado com uso limitado da mão esquerda e com ferimentos nas pernas, além de sequelas psicológicas, como ataques de pânico e agorafobia.

Não consigo escapar ao terror. Quando fecho os olhos, lembro-me do carro quase a bater-me, o som de pessoas a gritar. Tenho pesadelos frequentemente. No outro dia sonhei que estava noutro ataque terrorista”, descreveu, citado pelo Evening Standard.

Khalid Masood começou por atropelar várias pessoas que caminhavam no passeio na ponte de Westminster, após o que esfaqueou um agente da polícia junto da entrada dos edifícios do parlamento britânico, acabando por ser abatido a tiro.

Francisco Lopes, que trabalha no hospital próximo de St. Thomas, foi um dos últimos a ser acometido pelo veículo conduzido por Masood, antes de este chocar contra as grades do palácio de Westminster e ser abatido pela polícia.

Segundo o diário, o português continua de baixa e pede uma indemnização de milhares de libras contra a Zurich, seguradora que presta serviço à Enterprise, empresa de aluguer de automóveis contratada pelo atacante.

“Eu tento ser como era antes, sem medo de nada, mas o que aconteceu mudou-me. Tenho medo de sair, medo do trânsito, e nunca mais consegui andar de bicicleta. Quero voltar à minha vida normal”, afirmou Lopes.

O Evening Standard diz que Francisco Lopes, residente no Reino Unido há 14 anos, é o primeiro a pedir indemnização pelo ataque, que matou quatro pessoas e feriu 50. Porém, acrescenta, este tipo de acções judiciais poderão ser facilitadas por alterações na legislação a favor de vítimas de actos de terrorismo.

O português quer ser indemnizado para pagar o acompanhamento psicológico e tratamentos de fisioterapia, além da perda de rendimentos.

A seguradora Zurich, citada pelo jornal, diz ter uma equipa de especialistas a estudar a situação em geral, recusando comentar o caso específico. “Foi um evento trágico e envolve aspectos muito complexos no que diz respeito ao seguro”, referiu.

// Lusa

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