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Português condenado por raptar sogra de patrão da Fórmula 1 culpa família da vítima

O piloto de helicópteros Jorge Eurico da Silva Faria foi condenado a 14 anos de prisão como o mandante do rapto da sogra de Bernie Ecclestone, o milionário da Fórmula 1, mas assegura que a culpa do crime é da família da vítima.

O “Comandante Faria”, como era conhecido o piloto de helicópteros português de 55 anos, trabalhou para Bernie Ecclestone, transportando o magnata e a sua família quando estavam no Brasil. Foi condenado como o cabecilha do grupo que raptou a sogra do patrão da Fórmula 1, Aparecida Schunk, de 70 anos, no Verão de 2016.

A mãe da mulher de Ecclestone, a advogada brasileira Fabiana Flosi, de 41 anos, menos 47 do que o milionário que tem 88, foi raptada na sua casa em São Paulo.

Aparecida passou nove dias em cativeiro, até ter sido libertada pela polícia, depois de ter sido feito um pedido de resgate de 124 milhões de euros.

Em entrevista ao jornal britânico Mirror, o “Comandante Faria” acusa a família de Aparecida de estar envolvida no rapto.

Acredito que Fabiana e a sua família estiveram por trás disto“, acusa o piloto português. “Este gangue que era suposto ser de homens cruéis, capazes de matarem, agiram mais como tipos gentis”, refere, notando que “não houve armas” e que a sogra de Ecclestone “foi conduzida à farmácia antes de ser levada para casa para apanhar uma receita”.

“Os captores levaram-lhe toda a comida que quis, até McDonald’s”, diz ainda o “Comandante Faria” na entrevista dada na prisão ao Mirror.

“Mantiveram-na num complexo onde havia pessoas a entrar e sair. Porque é que ela não gritou?”, questiona também, notando que “vizinhos dizem que a viram a varrer o chão“. Conclui, assim, que “dificilmente, são acções de um gangue perigoso”.

Bernie Ecclestone já disse que estas alegações são um “disparate completo”. Ele está “a fazer o que pode para sair” da prisão, defende o magnata da Fórmula 1 também em declarações ao Mirror, realçando que está “100% confiante no trabalho da polícia” e que ficou “muito impressionado” com o processo de resgate e com “muita confiança no Brasil”.

O “Comandante Faria” argumenta que depois de a sogra de Ecclestone ter sido resgatada, 16 polícias compraram casas enquanto outros 11 tiveram direito a um dia VIP no Grande Prémio brasileiro de Fórmula 1. “Ridículo” é a resposta do magnata.

O piloto português conhecia Fabiana Flosi desde antes de ela ter casado com Ecclestone, em Agosto de 2012, e manteve com ela uma relação de amizade. Os dois cruzaram-se quando ela trabalhava para a organização do Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1 no Departamento de Marketing, enquanto ele pilotava figuras como Ayrton Senna, Lewis Hamilton, Pelé, Michael Schumacher e Sebastian Vettel para a pista de Interlagos.

Mas depois do casamento com o magnata da Fórmula 1 a relação terá esfriado, até que houve um desentendimento entre ambos, como explica o “Comandante Faria”.

Durante uma viagem para o Reino Unido, ele terá dito a Fabiana Flosi que era “errado” ter o seu cão Yorkshire terrier preso no interior de uma mala, como relata o próprio ao Mirror. “Ela não gostou de ser desafiada e depois disso, nunca mais trabalhei para ela”, revela o piloto que vai recorrer da sentença a que foi condenado.

SV, ZAP //

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