Em Itália, a falta de ventiladores tem condicionado a ação dos profissionais de saúde. João Nascimento decidiu dar o primeiro passo para ajudar na resolução deste problema.
João Nascimento encontrou dois ingleses, no Twitter, a falar sobre ventiladores open source. “Limitei-me a ir ao Twitter fazer uma pesquisa para ver quem estava a falar sobre o assunto”, contou o cientista português de 40 anos, citado pelo Público.
Em conjunto, criaram o Project Open Air, um canal de discussão do Slack, e em menos de 48 horas, o movimento já junta num chat mais de 1500 especialistas de áreas que vão da Medicina à Computação.
Portugal tornou-se o país com maior representação neste projeto, depois de ter sido divulgado pelo Observador. “A maioria das pessoas já é portuguesa. O nosso canal de managers tinha dez pessoas. Agora somos 20, metade deles portugueses. Tomaram conta daquilo tudo.”
https://twitter.com/jonisborn/status/1237762156839546880
O sentido de urgência aumenta a cada dia, mas o projeto encontra algumas dificuldades pelo caminho. Entre elas, a busca por gestores de projeto que “deem sentido” às conversas e permitam às pessoas “participar dentro das suas valências”. De acordo com o Público, já foram criados no chat dezenas de canais especializados para discussões sobre hardware de ventiladores, regulação dos projectos ou procura de financiamento.
Mas entre os obstáculos, há também boas notícias. É o caso de um anestesista australiano que contactou esta sexta-feira o Project Open Air e está prestes a desenvolver protótipos para experimentar no terreno. “Estava a trabalhar num projeto para um meio mecânico mais móvel, para adaptar a ambulâncias. Colocamo-lo em contacto com o nosso canal de hardware médico e, pelo que percebi, já está a tentar avançar para a próxima fase.”
Os contactos de “muitas empresas” têm sido preciosos, uma vez que estas têm colocado à disposição de linhas de produção, impressoras 3D ou outros meios de fabrico. “Fomos contactados por uma empresa que trabalha com uma equipa da Fórmula 1. A competição está parada, viram o que se está a passar e contactaram-nos para pôr à disposição os meios deles”, contou o cientista.
“Espero que toda esta entrada de portugueses e de gente competente com vontade de ajudar seja preponderante.”
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