O r nacional, o número que indica o índice de contágio de covid-19, está acima de 1 em Portugal, valor que supera o registado em vários países europeus, incluindo em alguns dos que adoptaram medidas de confinamento mais leves. A situação mais preocupante é em três concelhos da Grande Lisboa, mas não se pode associar o aumento dos casos ao desconfinamento.
Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revelam que o R nacional “se mantém acima ou muito próximo de 1”, mesmo depois da entrada na fase de desconfinamento, considerando os valores relativos ao final de Maio e ao início de Junho.
No relatório datado de 4 de Junho, o INSA aponta que “nos últimos 5 dias de análise”, o Rt, o número médio de casos secundários originados por um mesmo caso de infecção, “foi de 0,99 ao nível nacional“. Na região Centro foi de 1,06, em Lisboa e Vale do Tejo de 1,02 e no Norte de 0,88.
Comparando com outros países, podemos verificar que Espanha tem um índice de contágio de 0,77, enquanto até países como a Noruega e a Áustria, que implementaram medidas de confinamento menos rigorosas, têm valores inferiores a Portugal, respectivamente 0,83 e 0,91.
A partir do final de Abril, “tem-se observado um aumento do valor Rt, mantendo-se este abaixo ou muito perto de 1”, mas “com base nos dados actuais, desde 14 de Maio que se mantém acima ou muito próximo de 1”, refere o INSA, considerando que “o número de novos casos” tem sido constante “a cada geração”.
“Alguma preocupação” com a Grande Lisboa
“Se fizéssemos uma curva epidémica separada por regiões constatávamos que na região Norte, onde existiu o volume principal de casos numa fase inicial, percebíamos que estes têm tido um decréscimo, ou seja, o número de novos casos tem vindo a diminuir de uma forma consistente. Mas se olharmos para Lisboa e Vale do Tejo percebemos que existe até alguma regularidade na evolução do r”, explica ao Público o médico Ricardo Mexia do Departamento de Epidemiologia (DEP) do INSA e presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP).
Ricardo Mexia fala de uma “estabilização” do vírus, considerando que “o número de novos casos tem estado mais ou menos regular, ainda que se mantenha a transmissão, particularmente na região de Lisboa e Vale do Tejo”.
Manifestando “alguma preocupação” com a Grande Lisboa, Ricardo Mexia apela a uma “intervenção rápida”.
“Sabemos que alguns dos novos casos estão identificados em alguns agrupamentos, em contextos muito concretos, seja ocupacionais seja residenciais, e depois também há casos comunitários e que não conseguimos de forma clara associar a outros casos”, diz ainda o médico.
Na região da Grande Lisboa, há três concelhos que concentram as principais preocupações, designadamente Amadora, Sintra e Odivelas que têm índices de contágio superiores à média nacional, com valores de 1,28, 1,17 e 1,13, respectivamente.
Ainda não há explicações para o que está a motivar este aumento de novos casos, mas os especialistas de saúde garantem que os contágios não resultam directamente do desconfinamento, conforme reporta o Expresso.
“A subida das infecções na região não é resultado das duas primeiras fases do desconfinamento”, reforça o semanário, notando que foi esta a garantia que especialistas de saúde deram na reunião do Infarmed que juntou políticos dos vários partidos, o primeiro-ministro António Costa e o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
“Os novos casos de infecção tiveram como meios de transmissão a coabitação (44%) e o contexto laboral (23%) e não o ambiente social”, segundo dados do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto citados pelo Expresso.
Nesta terça-feira, António Costa vai reavaliar em Conselho de Ministros se haverá levantamento de restrições na região da Grande Lisboa.
Depois do encontro com os especialistas de Saúde, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se tranquilo com os dados, realçando que espera que “os números confirmem nas próximas semanas a evolução positiva em todo o país“.
Ao contrário do que muitos por aqui comentam o nosso desempenho no âmbito da COVID 19 não foi bom. Vejam o número de mortos per capita (e já agora acrescentem-lhe os mil que o Costa se esqueceu de divulgar, segundo o sexta às nove) e vejam o nosso desempenho na Europa. É lamentável que o povo não seja mais esperto e vá na cantiga destes taberneiros.
Hahahaaaa…
Esses malandros até se esqueceram de te avisar que fazes parte dos tais “mil mortos”!…
És limitado mas isso é um problema teu e que deverias procurar resolver sozinho. Não é preciso vir aqui mostrar a todos.
Argumentos irrefutáveis e sempre ao mais alto nível!…
O nome não desilude…
Já você é muito esperto Zé “bujarda”! O seu comentário faz jus ao nome com que se apelidou!
Sim, eu sei que continuas burra todos os dias. Espantava-me se fosse o contrário. Mas a tua situação decididamente não melhora.
Hummmm… para estas coisas, já é a nivel Nacional… este é o coeficinente de Lisboa e Vale do Tejo, as outras zonas do pais, estão abaixo da média europeia!!!!
E ainda vai subir mais dentro de 14 dias devido ás manifestações das classes “desfavorecidas” e dos inuteis que vestem roupa de marca e usam tecnologia de ponta!!!
Estas comparações levianas são muito perigosas e injustas para Portugal.
Alguém acredita nos dados de Espanha? Da Holanda e da França, que não contam os mortos fora dos hospitais. Somos dos poucos que contam todas as mortes de pessoas com covid como morte por covid ainda que a morte se deva à falência de algum orgão como o coração por exemplo, muitos países colocam outras causas ainda que a pessoa sofresse de covid.
Quanto aos casos de pessoas identificadas como infectadas, somos dos países que mais testou desde o princípio, mais do dobro da maior parte dos países da europa. Se um país faz o dobro dos testes de outro e se ambos identificam a mesma quantidade de pessoas infectadas, o país que faz menos testes está numa situação muito pior.
Ao contrário de quase todos os países, temos tido uma actuação mais científica e menos política.
Acredito que a actuação científica nos levou a um estado actual em que podemos começar a actuar politicamente com segurança.
Poucos países conseguiram isto e a Espanha nem por sombras.
Na verdade parece estranho que países como Itália, França e Espanha que estavam no cimo da tabela em termos de mortes e infectados, de um momento para o outro caíram a pique e nem mortes praticamente têm actualmente. Não menos importante verificar que a situação por cá não vai no melhor caminho, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, se bem me recorde quando a epidemia atacou com força no norte do país levantaram-se algumas vozes provocatórias considerando que o motivo era por ser uma região mais pobre, agora que ataca aqui, possivelmente o vírus mudou de opinião e ataca agora os mais ricos, quando resolver atacar a estupidez, iremos ver qual será a região que leva a melhor.