Portugal está no top 3 mundial da doação de órgãos

Unknow / Wikimedia

Portugal está no top 3 dos países com mais dadores de órgãos. Ao nível do número de transplantes, ocupamos o sexto lugar.

O relatório sobre transplantes do Conselho da Europa, com dados de 2016, coloca Portugal no topo dos países com mais dadores de órgãos para transplantação, tendo passado da quarta para a terceira posição.

De acordo com o relatório, em 2016, Portugal registava 32,7 dadores falecidos por milhão de habitantes – mais 1,7 do que no ano anterior. Assim, Portugal surge em terceiro lugar, sendo apenas ultrapassado por Espanha, com 43,8 dadores, e pela Croácia, com 39,5 dadores.

No que diz respeito ao número de transplantes, Portugal está em sexto lugar, apesar do aumento de 77,2 para 79 doentes transplantados por milhão de habitantes. Esta tabela é também liderada por Espanha.

Segundo o Diário de Notícias, o que explica esta diferença é o facto de termos dadores cada vez mais velhos. Isso faz com que a qualidade dos órgãos aproveitáveis para transplantação diminua.

“Temos dadores mais velhos, o que faz com que muitas vezes o único órgão aproveitável seja o fígado. O coração, por exemplo, é mais exposto à idade e temos sempre de ter em atenção a recuperação do recetor”, justificou Ana França, do Instituto do Sangue e da Transplantação.

É por este motivo que Portugal ocupa o top 3 nos transplantes de fígado e o 12º lugar nos transplantes cardíacos.

Entre 2008 e 2016, Portugal teve um aumento de 22% na doação de órgãos, colocando-nos em terceiro lugar a nível europeu e mundial, com os Estados Unidos a liderar com 30,8 dadores falecidos por milhão de habitantes.

Segundo Ana França, “a nossa mais valia é o modelo de organização, com pessoas treinadas, desde os coordenadores hospitalares de doação, criados em 2008, até aos cinco gabinetes de colheita e transplantação, nos grandes hospitais, que coordenam a ligação com os centros de transplantação”.

Em Portugal, a lei define que qualquer pessoa que morra numa unidade de saúde é um potencial dador, a não ser que tenha manifestado uma vontade contrária, num registo nacional criado em 1994.

“Sempre que há possibilidade de doação, a família é consultada. Nos casos em que os potenciais dadores se registaram, o processo de doação não avança. Mas o que se nota é que temos uma população muito solidária“, conclui Ana França.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.