Portugal 0-1 Espanha | Um adeus doloroso, mas sem espinhas

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Hugo Delgado / EPA

Diogo Jota desanimado durante o Portugal-Espanha

Custou imenso, pelo minuto em que aconteceu, aos 88, bem perto do fim, e porque estava mais ou menos evidente a probabilidade de Espanha marcar a qualquer momento, dada a inoperância de Portugal no meio-campo e a incapacidade para sacudir a pressão contrária e sair a jogar.

A segunda parte lusa foi para esquecer, “nuestros hermanos” pressionaram, atacaram, criaram lances, anularam as transições portuguesas e marcaram por Álvaro Morata. Aconteceu o único resultado que não nos interessava e Portugal disse adeus à Liga das Nações.

Primeira parte de domínio espanhol no que toca à posse de bola, aliás, como seria de esperar pela forma como as duas equipas jogam. Portugal fechava-se bem, com linhas bem juntas e sem dar espaços, e partia com perigo para o contra-ataque, daí o número superior de remates e até de acções na área espanhola, com Cristiano Ronaldo muito activo na frente, com o apoio de Diogo Jota.

O atacante do Liverpool obrigou Unai Simón a grande defesa aos 33 minutos, e Bruno Fernandes atirou às malhas laterais aos 37, fazendo o estádio pensar que havia sido golo. O melhor em campo ao intervalo era Rúben Neves, com um GoalPoint Rating de 6.3, ele que não só foi importante a interceptar (3) passes contrários, como a lançar transições rápidas.

Espanha foi crescendo à mesma medida que a sua necessidade de marcar aumentava. O nulo colocava Portugal na “final four”, pelos que “nuestros hermanos” seguraram o domínio territorial, anulando o meio-campo luso e criando algumas situações de perigo e de remate, ao mesmo tempo que estancavam as saídas portuguesas.

Nos derradeiros minutos, Espanha conseguiu aplicar mais velocidade ao seu futebol, colocando muitos elementos na área e em trocas posicionais complicadas para a defesa portuguesa resolver. Assim, não surpreendeu que os espanhóis marcassem aos 88 minutos. Portugal não conseguia sair do seu terço defensivo e Nico Williams, de cabeça, assistiu Álvaro Morata para uma conclusão simples. Já era tarde demais para Portugal reagir e foi o adeus luso à Liga das Nações.

Melhor em campo

Espanha teve mais bola, atacou mais, mas durante bastante tempo, Portugal foi mais rematador e até podia ter marcado no fim, por Ronaldo. Em todas as situações, o guarda-redes espanhol Unai Simón respondeu com qualidade, terminando com o melhor GoalPoint Rating da partida, um extraordinário 7.2. Foram quatro defesas, três a remates na sua grande área, e terminou com uma eficácia de passe de 96%.

Destaques de Portugal

Diogo Jota 6.9

O facto de ter ainda poucos minutos esta época parece a única explicação plausível para a substituição do jogador do Liverpool. Jota estava a ser o jogador mais perigoso de Portugal e foi mesmo o melhor da formação das “quinas”. Criou uma ocasião flagrante, num passe de ruptura, e ajudou com seis acções defensivas.

Diogo Costa 6.2

O guardião português nem estava a ter muito trabalho, mas na segunda parte teve de se aplicar. Terminou com quatro defesas e três lançamentos longos certos. Não teve culpa no golo sofrido.

Rúben Neves 6.1

O médio do Wolves foi o melhor na primeira parte, a defender e a lançar ataques. Caiu de produção na segunda, sem conseguir sacudir a pressão contrária e sem iniciar transições. Terminou com três intercepções e seis recuperações de posse.

Danilo Pereira 6.1

Sólido, ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou, somou seis recuperações de posse e esteve muito atento nas dobras.

Rúben Dias 5.9

Conseguiu subir nas bolas paradas e fez três remates. Depois, com o recuo da equipa, fez o que podia, ganhando quatro de cinco duelos aéreos e registando nove alívios, máximo do jogo.

Cristiano Ronaldo 5.9

Lutou muito, pareceu mais solto e objectivo, mas a falta de confiança tem o seu peso. Somou o máximo de acções com bola na área contrária (7), enquadrou os seus dois remates, fez três conduções aproximativas e uma super aproximativa – coisa rara nos últimos tempos -, mas falhou uma ocasião flagrante.

Nuno Mendes 5.9

Bom jogo do lateral, que não foi melhor por ter sido vítima do contexto do jogo. Quando se conseguiu soltar mostrou muita qualidade, como aquele lance na segunda parte em que passou três jogadores espanhóis. Foi o jogador que concluiu mais dribles, quatro de seis tentados, e fixou o máximo de recuperações de posse (11) e de desarmes (7). Acaba penalizado pelas cinco perdas de posse no primeiro terço.

Destaques de Espanha

Pau Torres 7.0

Grande jogo do central do Villarreal. Torres somou o máximo de passes feitos (107) e completos (101), de acções com bola (115) e até de conduções aproximativas (7), demonstrativo da falta de capacidade de Portugal para pressionar no último terço.

José Luis Gayà 6.8

O lateral esteve em grande parte das ligações de passe de Espanha. registou 105 acções com bola, completou 93% dos passes que realizou e somou o máximo de interpretações (4).

Álvaro Morata 6.5

O ponta-de-lança do Atlético de Madrid foi o mais rematador da partida, com quatro disparos, três enquadrados, recebeu 13 passes aproximativos e fez o golo do nosso descontentamento.

Resumo

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