Porto passa a ter unidade móvel da PSP. Moedas quer o mesmo sistema para Lisboa

José Coelho/Lusa

O ministro da Administração Interna José Luís Carneiro no Comando Metropolitano do Porto da PSP

Sobre a polémica em redor da esquadra do Infante, José Luís Carneiro disse que “já está aberta” e a funcionar 24 horas por dia, ao passo que Rui Moreira falou num “aspeto de comunicação”, salientando que “às vezes um telefonema resolve a questão”.

O teste de lançamento da unidade móvel de atendimento da PSP no Porto, anunciada hoje de tarde pelo ministro da Administração Interna para sábado, vai ser antecipada para quinta-feira, após acordo com o presidente da Câmara, Rui Moreira.

Essa experiência, que tínhamos pensado para lançar sábado, será, em princípio, no dia 28 [quinta-feira], para que o senhor presidente da Câmara Municipal do Porto possa participar nesse encontro”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro na Câmara Municipal do Porto, ladeado por Rui Moreira.

Os responsáveis falavam aos jornalistas após uma curta reunião nos Paços do Concelho, onde foi “abordada a questão do policiamento da cidade do Porto“, segundo nota da autarquia. Cerca de uma hora antes, o governante tinha dito aos jornalistas, no Comando Metropolitano da PSP do Porto, que o projeto seria lançado no sábado ao meio-dia.

Rui Moreira confirmou a realização do teste na quinta-feira, em hora a definir: “Vamos antecipar para dia 28, e portanto no dia 28 certamente teremos uma unidade móvel e veremos como é que a população reage”.

“Acho que vai reagir bem”, acrescentou, tendo dito anteriormente que as unidades móveis “são extremamente importantes, porque permitem uma flexibilização de recursos em função daquilo que é o epicentro na cidade” em cada momento.

Já sobre a outra proposta anunciada ontem por José Luís Carneiro (que dá “seguimento” a uma de Rui Moreira, segundo o ministro), de “criar unidades de atendimento com recurso aos espaços municipais“, utilizando também espaços como Lojas do Cidadão e postos de atendimento aos turistas, Rui Moreira considerou que “o ideal é que não seja necessário recorrer a agentes da PSP para fazer isso”.

“Há um conjunto de funções que podem ser desempenhadas por serviços já existentes que não são agentes da PSP de quem nós, até pelas suas funções, esperamos outras competências“, disse o autarca do Porto. “Se eu em vez de ir a uma esquadra da PSP puder ir, por exemplo, à Loja do Cidadão, me substituírem os documentos e faça lá a participação que for necessária às entidades policiais para o caso de os documentos aparecerem, se calhar estamos a otimizar recursos.”

Sobre uma data para uma implementação destes serviços, José Luís Carneiro disse que seria “um trabalho a ser desenvolvido pela senhora secretária de Estado da Administração Interna”, Isabel Oneto, “no âmbito da Estratégia de Segurança Urbana”, juntamente com a Polícia Municipal e PSP.

O ministro disse ainda querer “relançar o Contrato Local de Segurança” com o Porto, seguindo a “manifesta vontade” do presidente da Câmara. Sobre a polémica em redor da esquadra do Infante, José Luís Carneiro disse que “já está aberta” e a funcionar 24 horas por dia, e Rui Moreira falou num “aspeto de comunicação”, salientando que “às vezes um telefonema resolve a questão”.

Lamentava e lamento não ter sido informado“, manteve, agradecendo ao mesmo tempo “a prontidão” do ministro para esclarecer a situação.

A comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, Paula Peneda, admitiu hoje que o atendimento poderá fechar novamente “se houver necessidade”, após uma reunião com o ministro da Administração Interna.

No domingo, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara do Porto reagiu ao edital publicado naquela esquadra da baixa do Porto, no qual se lê que “por imperativos de ordem operacional o serviço de atendimento ao público está suspenso até às 16:00″, manifestando-se “completamente surpreendido”

Hoje, disse na reunião do executivo que o encerramento do serviço demonstra “grande insensibilidade” e vai contribuir para “um sentimento de insegurança e abandono” da população, e o ministro, em Lisboa, afirmou que esquadra suspendeu temporariamente o atendimento e esta decisão de “ajustamento do horário” de funcionamento “não é a primeira vez que acontece” no país.

Já o PSD vai apresentar um requerimento para a audição do ministro, anunciou hoje o vice-presidente do partido Paulo Cunha, que acusou o Governo de “falta de humildade” e “insensibilidade”.

Em declarações ao Público, Armando Ferreira defendeu que o método proposto é como “fazer omeletas sem ovos”, já que nos outros sítios em que a solução foi implementada tal foi conseguido “à conta conta das folgas dos polícias”. “É avançar com uma medida que vai ocupar os parcos recursos humanos“.

Apesar das críticas, Carlos Moedas também tem apelado para a instalação de postos móveis em Lisboa para fazer face a aumento da criminalidade na capital. Como tal, o autarca já fez saber que comunicou ao ministro da Administração Interna a disponibilidade para implementar as unidades móveis com instrumentos cedidos pela própria autarquia e numa parceria com a Polícia Municipal e a PSP.

// Lusa

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