O FC Porto, campeão nacional pela 30ª vez na sua história, conquistou a sua 18ª Taça de Portugal.
Perante o estreante Tondela em finais, os “azuis-e-brancos” foram sempre superiores, dominaram, criaram mais perigo e venceram por 3-1, com bis de Mehdi Taremi e um golo de Neto Borges para os beirões, naquele que foi o único susto portista e que durou apenas um minutos, até ao restabelecimento dos dois golos de vantagem. E Taremi até falhou uma grande penalidade.
Primeira parte “morna” na final da Taça de Portugal, apesar do ambiente quente protagonizado pelos muitos adeptos do Porto, donos de quase todo o Estádio do Jamor, a puxarem pela sua equipa.
O domínio portista era total, chegou, a meio desta etapa, a ter mais de 80% de posse de bola, ainda assim só na grande penalidade que deu o 1-0, cobrada por Mehdi Taremi, a castigar mão na bola de Marcelo Alves na área, é que os “dragões” conseguiram enquadrar o seu único remate (de cinco tentativas).
Ao intervalo o resultado ajustava-se, pois o Tondela pouco ou nenhum perigo causou e chegou ao descanso sem qualquer remate e só duas acções na área portista, contra 13 do outro lado. O melhor em campo nesta etapa inicial foi Taremi, fruto do golo que marcou, quatro passes ofensivos valiosos realizados e três duelos aéreos ofensivos ganhos em cinco.
O Porto entrou com tudo na segunda parte. No primeiro lance, Otávio surgiu em boa posição, logo a seguir foi Pepê, mas em ambos os casos, Babacar Niasse fez bem a “mancha” e evitou males maiores.
Só que nada pôde fazer aos 52 minutos, quando Vitinha concluiu, na grande área, um lance por si conduzido e que teve assistência de Pepê. Tudo fácil e mais poderia ter ficado se Taremi não tivesse desperdiçado, aos 66 minutos, mais um penálti – por falta de Sagnan sobre Pepê. O iraniano acertou no poste, adiando o bis.
Na resposta, aos 73 minutos, Salvador Agra fez um cruzamento para cabeceamento certeiro de Neto Borges, que relançou o jogo por um minuto, pois Otávio realizou uma assistência fabulosa para o 3-1 de Taremi. Um rude golpe para os beirões, mas que recolocava lógica no resultado, pois os “azuis-e-brancos” iam criando perigo mais do que suficiente numa segunda parte bem animada. Foi o 18º título da Taça de Portugal para o FC Porto, segunda equipa mais vitoriosa na prova e que, esta temporada, garantiu a “dobradinha”.
Melhor em Campo
O Porto ganhou, mas o MVP da final do Jamor foi um jogador que, ao longo da temporada, foi um dos melhores do Tondela.
O lateral-esquerdo Neto Borges fez um jogão, não só pelo belo golo que marcou de cabeça, mas também porque foi o mais rematador dos beirões – fez três dos quatro disparos da equipa —, acertou uma vez no ferro, completou três de quatro tentativas de drible e acumulou o máximo de desarmes da partida, nada menos que seis.
Destaques do FC Porto
Mehdi Taremi 7.5 – A figura do jogo do lado portista. O atacante iraniano marcou dois golos, um deles de penálti, e só não é MVP porque desperdiçou uma grande penalidade que lhe daria o “hat-trick”. Taremi foi o mais rematador do jogo (5), acertou no ferro no penálti falhado, enquadrou três disparos, criou uma ocasião flagrante, fez seis passes ofensivos valiosos, acumulou nove ações com bola na área contrária e ganhou três de seis duelos aéreos ofensivos.
Vitinha 7.3 – Mais um enorme jogo do jovem médio, a coroar uma temporada fantástica. Vitinha fez um golo, enquadrou os dois remates que fez, completou três de quatro tentativas de drible e registou nove recuperações de posse, segundo valor mais alto.
Grujić 7.1 – Belíssimo jogo do sérvio, a defender e a criar. Além de três desarmes e o máximo de recuperações de posse (10), Marko ganhou quatro de seis duelos aéreos e ainda fez quatro passes ofensivos valiosos.
Pepê 6.8 – O brasileiro fez uma assistência, para o tento de Vitinha, e foi sempre um dos mais activos jogadores do Porto, com três passes para finalização, uma grande penalidade sofrida, somente dois passes falhados de 26 e 11 ações com bola na área contrária, máximo do jogo.
Otávio 6.5 – Soberba a assistência para o 3-1 de Taremi. Otávio, Jogador do Ano GoalPoint, acumulou dois passes para finalização, um de ruptura, completou três de cinco tentativas de drible e somou oito recuperações de posse.
Zaidu 6.0 – O lateral-esquerdo acabou por não ter muito trabalho defensivo, apesar das oito recuperações de posse, pelo que mostrou-se mais noutros momentos, com cinco passes ofensivos valiosos realizados (máximo do jogo) e um passe para finalização.
Mbemba 6.0 – Naquele que terá sido o derradeiro jogo do congolês de dragão ao peito, Mbemba esteve, essencialmente, muito bem no passe, com o máximo de entregas certas, 69 em 72 (96% de eficácia), oito passes longos certos em nove e seis aproximativos.
Pepe 5.7 – Mais um título para o experiente central, que teve pouco trabalho e, tal como Mbemba, não vacilou no passe, com 57 certos em 62 (92%) e oito longos certos em dez.
Evanilson 5.4 – Tarde algo desinspirada do atacante, que fez só dois remates, ambos desenquadrados, apesar das sete ações com bola na área. Nos duelos aéreos ofensivos ganhou apenas dois de seis e foi desarmado três vezes.
João Mário 5.2 – Dono do máximo de ações com bola do jogo (90), o lateral completou três de cinco tentativas de drible, mas pouco mais, tendo ainda assinado quatro maus controlos de bola, um dos máximos do jogo.
Marchesín 5.1 – Jogo tranquilo do argentino até sofrer um golo no único remate enquadrado dos beirões. Não fez, assim, qualquer defesa, mas esteve bem no passe, com seis longos certos em 12.
Destaques do Tondela
Tiago Almeida 5.6 – O lateral-direito dos beirões ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou e somou seis alívios, máximo do jogo.
Salvador Agra 5.4 – O criativo dos beirões fez um excelente cruzamento para o golo de Neto Borges. No total somou dois passes para finalização e dois cruzamentos, ambos eficazes.
Pedro Augusto 5.1 – O médio saiu aos 56 minutos, mas conseguiu somar quatro desarmes. Pecou nas quatro perdas de posse no primeiro terço.
Resumo
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