Portas vs. Passos: entre um “bem virtuoso” e um “mal necessário”

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José Sena Goulão / Lusa

As diferentes visões sobre a troika explicadas pelo próprio Paulo Portas. “Quem não se sente, não é filho de boa gente”.

O antigo líder do CDS-PP Paulo Portas disse hoje que Passos Coelho via na ‘troika’ “um bem virtuoso”, enquanto ele a considerava “um mal necessário” e apontou a TSU dos reformados como um dos momento difíceis da coligação.

“Às vezes Passos Coelho achava ou dava a entender que achava a ‘troika’ um bem virtuoso, eu achava a ‘troika’ um mal necessário“, afirmou Paulo Portas no seu espaço de comentário televisivo na TVI, respondendo às declarações do então primeiro-ministro e parceiro de coligação governamental durante o período em que Portugal esteve sobre intervenção da União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

Na semana passada, em entrevista ao ‘podcast’ “Eu estive lá”, da rádio Observador, o antigo presidente do PSD, em conversa com a jornalista Maria João Avillez, revelou que durante o seu governo com o CDS-PP, a ‘troika’ sinalizou “a partir de certa altura” que havia um problema de confiança em relação ao parceiro de coligação e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e “passou a exigir cartas assinadas” por ele.

“Julgo que ele não sabe isto: para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituições. Assinámos os três. A ´troika´’ exigia uma carta só dele. Porque não confiava nele”, contou Passos Coelho.

Afirmando que “quem não se sente, não é filho de boa gente“, Paulo Portas considerou que os comentários do ex-primeiro-ministro “não foram apropriados, nem justos“, mas recusou “usar conversas privadas entre líderes políticos” e entrar “em polémica pessoal” com Passos Coelho.

“Estamos em 2024, acabou de chegar um Governo de centro-direita, não vejo qual seria a utilidade de contribuir para essa polémica”, comentou.

No entanto, acrescentou, havia pontos comuns entre os dois: resolver a insolvência do país, cumprir o memorando da troika, procurar uma saída limpa e equilibrar política económica com política financeira.

O “mal necessário” foi também justificado por Portas: “Não gosto de estrangeiros a dar opiniões e avisos sobre leis portuguesas, orçamentos portugueses. Mas nós é que nos tínhamos colocado nessa situação – portanto, era necessário”.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Portas e Passos. Entre a fome e a vontade de comer, venha o diabo e escolha, mas diria que, de tão ruins, nem o diabo os quer por perto.
    Cinquenta anos depois, o perigo a tentar fechar as portas que Abril abriu.
    NÃO PASSARÃO!

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  2. Bem, não estamos em época de revolução mas, sim de se trazer Portugal para um nível económico-financeiro e social para mais alto. A revolução 25 de Abril de 1974 foi feita e bem mas, não podemos ficar a viver no Passado, temos que avançar. As politicas de esquerda ou extrema esquerda em nenhum País trazem progresso e justiça social, as pessoas vivem mal porque o Estado ou o Partido é que manda, e não permite a iniciativa privada.

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