A Aylo, empresa mãe de sites pornográficos como o Pornhub ou o YouPorn, defende que a nova lei francesa põe em causa a privacidade dos cidadãos.
Três dos principais sites pornográficos — Pornhub, YouPorn e RedTube — deixarão de estar acessíveis em França a partir desta quarta-feira, na sequência de uma decisão da sua empresa-mãe Aylo de suspender os serviços em protesto contra os novos requisitos de verificação de idade do país.
A medida surge em resposta à legislação francesa que exige que os sites para adultos verifiquem se os utilizadores têm 18 anos ou mais através de meios como cartões de crédito ou documentos de identificação emitidos pelo governo.
Num comunicado de terça-feira, a Aylo afirmou que irá substituir o acesso às suas plataformas por uma mensagem que critica a lei como perigosa, ineficaz e uma potencial ameaça à privacidade dos utilizadores, relata o The Guardian.
Solomon Friedman, da Ethical Capital Partners, proprietária da Aylo, disse que a empresa está a utilizar o encerramento da plataforma para informar diretamente o público francês sobre os riscos da lei para a privacidade. “Esta lei pode colocar os dados das pessoas em risco devido a maus atores, piratas informáticos ou fugas de informação”, alertou durante uma videochamada com os jornalistas.
França tentou proteger o anonimato dos utilizadores oferecendo um processo de verificação de idade “duplamente cego” por parte de terceiros. No entanto, Aylo afirma que este método continua a ser imperfeito e demasiado oneroso. Em vez disso, a empresa defende que a verificação da idade deve ser implementada ao nível do sistema operativo – por grandes empresas tecnológicas como a Apple, a Google e a Microsoft – em vez de colocar o ónus em sites individuais.
“A Aylo apoia, em princípio, a verificação da idade”, afirmou Alex Kekesi, executivo da Aylo. “Mas esta implementação compromete os direitos de privacidade ao obrigar os utilizadores a partilhar dados sensíveis com vários sites.”
Friedman acrescentou que as soluções ao nível dos dispositivos dos fornecedores de sistemas operativos ofereceriam um método mais seguro e universal de garantir a conformidade com a idade sem comprometer o anonimato.
O Governo francês, no entanto, mantém-se firme na sua posição. A ministra da Cultura, Aurore Bergé, reagiu nas redes sociais, dizendo que “tanto melhor” se sites como o Pornhub saíssem do mercado francês em vez de cumprirem a lei. Clara Chappaz, ministra-adjunta francesa da IA e da tecnologia digital, fez eco do sentimento, afirmando: “São livres de sair se se recusarem a cumprir a lei”.
As autoridades estimam que 2,3 milhões de menores em França acedem a pornografia todos os meses, apesar das restrições legais.
A decisão da Aylo surge também no meio de um escrutínio mais alargado na União Europeia. No mês passado, os reguladores da UE anunciaram investigações a vários sites para adultos, incluindo o Pornhub, por potenciais falhas na proteção de menores ao abrigo da regulamentação dos serviços digitais.
Total apoio ao Governo Francês
Os Pornhub, YouPorn e RedTube bem podem ir embora de toda a Europa, não fazem falta nenhuma, como empresas parasitas que são.