Antigas massas de terra, que entretanto desapareceram, ligavam a América do Sul às ilhas Antilhas, da América Central.
Fósseis antigos mostram animais originários da América do Sul nas ilhas Antilhas. Um novo estudo, publicado em maio na Earth-Science Reviews, revela agora que os espécimes conseguiram lá chegar através de massas de terra há muito desaparecidas do fundo do oceano.
A nova pesquisa apoia a teoria de que havia “pontes de terra” a ligar estes dois lugares, o que sugere que os movimentos das placas tectónicas e a expansão e redução dos glaciares ao longo de milhões de anos poderiam ter fornecido um caminho para a vida selvagem viajar, escreve o Science Alert.
“As Caraíbas, incluindo as Grandes e Pequenas Antilhas localizadas na borda nordeste da placa, são consideradas um dos mais importantes centros de biodiversidade insular”, escrevem os autores, no artigo científico. “Apesar de décadas de estudos, as origens filogenéticas e a biogeografia histórica desta biodiversidade surpreendente permanecem controversas.”
A equipa modelou cerca de 40 milhões de anos de movimento da placa tectónica em torno da junção entre as Pequenas Antilhas, as Grandes Antilhas e a montanha subaquática Aves Ridge.
Os resultados permitiram demonstrar que massas de terra poderiam ter sido formadas e fragmentadas ao longo dos anos.
O surgimento e desaparecimento destes arquipélagos e “mega-ilhas” também terão sido afetados pela elevação e queda do nível da água do mar, controlada pelo degelo glacial.
A equipa conseguiu retroceder até ao final do período Eoceno, combinando as linhas costeiras das ilhas com a altura em que teriam emergido do oceano.
“Esses períodos de emergência podem ter favorecido a existência de mega-ilhas e conexões terrestres transitórias entre as Grandes Antilhas, as Pequenas Antilhas e a parte norte da Aves Ridge”, escreveram, acrescentando que, “no Pleistoceno, se formaram arquipélagos e mega-ilhas repetidamente durante episódios glaciais máximos”.